A literacia e o mundo do trabalho no processo de alfabetização da educação de jovens e adultos

Nobre, Fernanda Alves (2021)

dissertação de mestrado

RESUMO: Esta pesquisa pretende analisar a partir de círculos de cultura em uma turma de alfabetizandos na Educação de Jovens e Adultos-EJA a compreensão da literacia e o mundo do trabalho numa perspectiva libertadora como premissa na educação. Embasamos em Paulo Freire, especialmente os conceitos da prática dialógica, humanizadora, sujeitos como “não-criança”, trabalhador e transformador. A metodologia utilizada foi a abordagem qualitativa em uma construção teórica-reflexiva com base nas características da pesquisa-ação. O produto educacional desse trabalho é um e-book, resultado da pesquisa de campo e embasamento teórico, enriquecendo as práticas pedagógicas na Educação de Jovens e Adultos. O produto educacional surgiu com a necessidade de contribuir para a compreensão dos alunos em processo de alfabetização da educação de jovens e adultos-EJA numa perspectiva do sujeito como ‘não-criança’, trabalhador e cidadão. Embasando conceitos que a educação profissional e tecnológica abarca, ou seja, a formação omnilateral, educação popular e o mundo do trabalho como um contexto significativo. A dialogicidade precisa ser fundamentalmente construída pelo educador e educando. É através dessa postura consciente que a compreensão de tudo na vida passará a ser de direito do alfabetizando, uma literacia que transborde a relação dialógico-dialética, em que o conflito será base de construção do conhecimento. Durante a pesquisa de campo e as análises dos dados foi nos permitido entender que os alunos em processo de literacia ainda tem como prerrogativa o mundo do trabalho como o emprego que sustenta de forma precária as necessidades humanas e que isso é fruto da pouca escolarização. Enxergam na educação um caminho para o sustento. Reforçamos com esses resultados que a perspectiva do ensino e da aprendizagem da educação propedêutica ou profissional e tecnológica deve partir não do aluno que está na escola para o mundo do trabalho, mas sim do trabalhador inserido no mundo do trabalho que retorna aos bancos escolares para alfabetização, considerando-os como sujeitos históricos e de direitos.


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