Estresse social e engajamento no trabalho em uma instituição federal de ensino: o papel moderador da habilidade política
tese_doutorado
Este estudo oferece um contraponto à generalização dos efeitos positivos e lineares resultantes de estressores desafiadores no ambiente de trabalho. O objetivo norteador foi verificar se o Estresse de Desafio Social impacta ora positivamente, ora negativamente no Engajamento no Trabalho dos indivíduos, de acordo com o grau de habilidade política disponível pelos profissionais. Usamos análise de moderação e regressão hierárquica para avaliar essas relações. A amostra é composta por servidores públicos de uma instituição federal de ensino brasileira (n=606). Os resultados indicam que a habilidade política modera positivamente a relação entre estresse social e engajamento, exceto nos casos em que tal habilidade é baixa, situação em que a interação se torna negativa. A evidência também revela que uma associação curvilínea positiva (U-shaped form) explica melhor a associação entre estresse social e engajamento no trabalho. Os achados sugerem que o Modelo de Estresse Desafio-Obstáculo (MDO) tem aplicação condicionada pelas possíveis habilidades que determinado estressor demanda para ser avaliado como obstáculo ou desafio. Pretendeu-se ampliar a teoria sobre estresse laboral e contribuir para a prática da gestão de recursos humanos, elucidando condições ou parcelas de profissionais em que o MDO não se aplica ou carece de contextualização. Outra contribuição foi disponibilizar dois instrumentos de medida psicometricamente adaptados e validados para o contexto brasileiro: Escala de Estressores de Desafio Social no Trabalho e a versão reduzida Inventário de Habilidade Política. Além das contribuições teóricas e práticas, as limitações do estudo e direções para pesquisas futuras foram apresentadas.
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