Investigação do uso de técnicas sustentáveis de conservação de solo e água pela agricultura familiar na região serrana do Espírito Santo

Abstract

RESUMO: O Estado do Espírito Santo tem 393 mil hectares de solo degradado, o que equivale a 16,65% da área agrícola total. Para amenizar os efeitos negativos dessa situação, torna-se muito importante a implantação de uma série de práticas e medidas conservacionistas. Essas práticas têm a função de contribuir para o uso da água e do solo de forma sustentável, e, que não causem danos ao meio ambiente, possibilitando que a geração futura também possa usufruir destes bens naturais (solo e água). São exemplos dessas práticas a rotação de cultura, o plantio direto, curvas de nível, entre outras. Embora as práticas sustentáveis sejam muito difundidas no meio científico, ainda existem muitos produtores que não as adotam em suas propriedades. Desta forma, percebe-se que, somente o estudo de técnicas sustentáveis, não é suficiente para observar a adoção das mesmas, devendo sua aplicação e uso estar acompanhados da conscientização e assistência aos produtores rurais. Este trabalho teve como objetivo descrever e caracterizar quais são os fatores que influenciam o agricultor familiar na adoção das técnicas de conservação do solo e água, nos municípios de Santa Leopoldina e Santa Maria de Jetibá, no Espírito Santo. A metodologia utilizada foi pesquisa qualitativa, com a elaboração e aplicação de questionário, onde buscou-se informações gerais sobre o produtor e sua propriedade, e informações sobre a adoção das técnicas sustentáveis. Para análise dos dados, foi usada a estatística descritiva. Foi visto que as categorias “sexo masculino”, “casado”, “fundamental completo”, “membro de cooperativa/associação” e “ter acesso à internet” apresentaram uma tendência positiva para adoção de práticas sustentáveis. Os motivos de adoção apontados foram: “preservação da fertilidade do solo”, “desgaste do solo” e “muito importante para o meio ambiente”, e os motivos de não adoção apontados foram: “Falta de conhecimento” e “não vê necessidade”. Foi elaborado um folder, com o objetivo de compartilhar o conhecimento das práticas sustentáveis, visto que, a maior barreira de adoção encontrada, foi a falta de conhecimento sobre elas. Concluiu-se que para a redução da degradação do solo e a otimização do seu uso, com a promoção da sustentabilidade, é necessário o envolvimento de todos, comunidade e poder público, entendendo a realidade e encontrando soluções para cada região, para assim, irmos em busca do equilíbrio do meio ambiente.