O laboratório vivo como mentefato pedagógico: possibilidades de alfabetização científica sustentável por abordagem curricular temática nos anos iniciais da educação básica

Abstract

A pesquisa que se faz dissertação investigativa e propõe caminhos metodológicos emancipatórios que viabilizem uma educação científica a estudantes dos anos iniciais da educação básica, mediante problematizações deflagradas em uma horta, cognominada “laboratório vivo”. Como um mentefato pedagógico profícuo ao desenvolvimento da abordagem curricular temática, esse se torna instrumento provocador para a investigação das questões locais. O lócus da pesquisa se estabeleceu em uma escola pública e municipal, localizada na região periférica de Vitória-ES, tendo como participantes estudantes do quinto ano do ensino fundamental, pesquisadores do Ifes, gestores e professores da unidade escolar e um educador popular, pertencente à comunidade local. Desse modo, os participantes, ao partirem de suas curiosidades investigativas apresentaram dúvidas em relação às espécies cultivadas na horta/laboratório vivo, tais como o capim cidreira (Cymbopogon citratus) e o capim citronela (Cymbopogon nardus), o que provocou a necessidade de os estudantes investigarem as plantas, organizando uma oficina temática intitulada “Oficina de Repelente à base de Citronela”. O percurso metodológico utilizado para o desenvolvimento da pesquisa caracterizada como participante se direcionou no escopo teórico/prático das temáticas geradores, fundamentadas em Freire (1987), na metodologia de ensino dos Três Momentos Pedagógicos de Angotti, Delizoicov e Pernambuco (2018), na linguagem dialógica e formação do pensamento de Vygotsky (1988) e na alfabetização científica interdisciplinar de Chassot (2018). No viés da educação ambiental crítica, sustentou-se nos pilares baseados na transversalidade preceituada por Loureiro (2019) e Lobino (2004, 2007). Como produto educacional este trabalho elaborou um guia didático para a aplicação da abordagem curricular temática vinculados à aquisição de conceitos científicos, por meio do cenário investigativo proposto, o laboratório vivo.

The research investigates and proposes emancipatory methodological paths that make scientific education viable for students in the early years of basic education, through problematizations triggered in a vegetable garden, known as “living laboratory”. As a useful pedagogical mentophate for the development of the thematic curriculum approach, it becomes a provocative instrument for the investigation of local issues. The locus of the research was established in a public and municipal school, located in the peripheral region of Vitória, with participants from the fifth year of elementary school, researchers from Ifes, managers and teachers of the school unit and a popular educator belonging to the community local. Thus, the participants, based on their investigative curiosities, had doubts about the species cultivated in the living garden/laboratory, such as lemongrass (Cymbopogon citratus) and citronella grass (Cymbopogon nardus), which caused the need for students investigate the plants, organizing a thematic workshop entitled Citronella-based Repellent Workshop. The methodological path used to develop the research characterized as a participant was directed towards the theoretical/practical scope of the generating themes, based on Freire (1987), on the teaching methodology of the Three Pedagogical Moments of Angotti, Delizoicov and Pernambuco (2018), in language dialogic and thought formation of Vygotsky (1988) and in the interdisciplinary scientific literacy of Chassot (2018). In the critical environmental education bias, it was supported by the pillars based on the transversality prescribed by Loureiro (2019) and Lobino (2004, 2007). As an educational product, this work developed a didactic guide for the application of the thematic curricular approach linked to the acquisition of scientific concepts, through the proposed investigative scenario, the living laboratory.