A vida dos meninos e das meninas infames : cartografando com as medidas socioeducativas de meio aberto
dissertação de mestrado
RESUMO: Este trabalho propõe-se a investigar, a partir do método cartográfico, os Processos de subjetivação, resistências e as práticas educativas que permeiam os jovens que são julgados por ato considerado infracional, cuja ação tenha ocorrido na adolescência e que, por isso, receberam a medida socioeducativa de prestação de serviço à comunidade. Buscou-se levantar os elementos para a elaboração de um material educativo que, em sua versão final, recebeu o título de “Entre narrativas e resistências: diálogos sobre medidas socioeducativas e aprendizagens”. Para a produção da cartografia, percorremos o campo que envolve o município de Cariacica/ES. Nele, promovemos duas visitas aos Centros de Referência Especializado em Assistência Social (Creas), com o estabelecimento de rodas de conversa com profissionais que lidam com a operacionalização das medidas socioeducativas de meio aberto, visitamos três Instituições parceiras no desenvolvimento da prestação de serviços à comunidade, estivemos em residência e conversamos com sete jovens que estão em cumprimento de prestação de serviços à comunidade (com idade entre 18 anos e 21 anos) e, por fim, visitamos e dialogamos com duas mães de adolescentes que estavam em cumprimento de medida socioeducativa e foram assassinados no tempo da pesquisa. O ponto de partida conceitual da pesquisa dialoga, especialmente, com os escritos de Michel Foucault sobre as vidas dos infames, as resistências ao poder e a produção das subjetividades. A partir dos diálogos com os participantes da pesquisa e com o referencial teórico, perceberam-se práticas educativas funcionando nos encontros que os sujeitos estabelecem nas diversas relações sociais, quando produzem a movimentação dos seus conhecimentos, inquietam as certezas e aguçam as curiosidades.
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