O discurso misógino e machista em letras de músicas sertanejas
trabalho de conclusão de curso
RESUMO: O presente artigo tem como objetivo principal investigar as manifestações linguísticas e discursivas presentes em 4 (quatro) letras de músicas sertanejas. Parte-se da hipótese de que ainda é possível encontrar, em muitas letras, aspectos que representam um discurso mais conservador e patriarcal. O discurso presente nas músicas sertanejas é caracterizado, na maioria das vezes, por assédio, por violência, por machismo e por descrições de relacionamentos considerados abusivos presentes na sociedade, tendo como base os aspectos sócio-históricos e ideológicos. Para a condução deste trabalho, utiliza-se, em especial, o instrumental teórico com base na Análise do Discurso, elaborado, principalmente, por Amossy (2011, 2020), Brandão (2004, 2006) e Charaudeau (2008). Para além do conceito da AD, também são utilizados importantes nomes para analisar historicamente a figura da mulher na sociedade e a trajetória da música sertaneja no Brasil, como Algranti (1993), Rodrigues, Barbosa e Laignier (2012), Del Priore (1993), Galetti (2013), Yalom (2002), Zan (2001), entre outros. As músicas analisadas apresentam uma linguagem reproduzida por milhares de pessoas. Assim, verifica-se que a naturalização de discursos misóginos e machistas, reproduzidos e disfarçados de sentimentos amorosos, perpetua um discurso no qual a mulher deve ser sempre submissa e subserviente ao homem.
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