Relatos orais como incentivadores da prática de leitura dos alunos do 6º ano do Ensino Fundamental II
dissertação de mestrado
RESUMO: As tarefas de pós-leituras, como a escrita de resenhas de livros e o preenchimento de fichas de leitura, geralmente solicitadas aos alunos, acabam levando-os a pensar que a prática de ler é apenas uma atividade metódica, burocrática e, para muitos, desagradável. Mediante observação de alunos do 6º ano do Ensino Fundamental II em aulas de leitura de Língua Portuguesa, percebeu-se que eles não se sentem atraídos pela leitura como ponto de partida para a produção escrita, no entanto, gostam de relatar oralmente as histórias que leram. Assim, partindo do pressuposto de que o relato oral de histórias pode incentivar o gosto pela leitura tanto de quem lê e relata quanto de quem as ouve, pois a prática de ouvir histórias suscita a imaginação e desperta a curiosidade para novas leituras, surgiu a proposta de desenvolver uma pesquisa que pudesse comprovar essa hipótese. A metodologia utilizada é qualitativa, de natureza participante. Como instrumentos de coleta de dados foram utilizados dois questionários com perguntas abertas e fechadas, o primeiro com o objetivo de identificar a motivação dos alunos para a leitura, bem como suas habilidades de expressão oral, e o segundo com o objetivo de averiguar se a hipótese levantada se confirmava após a aplicação de uma sequência didática que privilegiava atividades para o relato oral. A fundamentação teórica a respeito de leitura, gênero oral e oralidade está embasada, entre outros autores, nos estudos de Antunes (2003; 2009), Zilberman (2009), Geraldi (2004), Marcuschi (2008; 2010) e na Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2018). A sequência didática foi desenvolvida com base na concepção de Dolz, Noverraz e Schneuwly (2011). Os resultados mostraram que os alunos preferem falar a escrever a respeito dos livros lidos e que a experiência de relatar histórias oralmente tende a motivá-los à prática de leitura.
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