O determinismo em Luzia-Homem, de Domingos Olímpio: uma questão de gênero

Abstract

RESUMO: Neste artigo propõe-se a análise da obra naturalista Luzia-Homem (1997), publicada em 1903, pelo advogado, jornalista e romancista Domingos Olímpio Braga Cavalcanti, com o intuito de compreender como se dá a construção da personagem no interior do universo literário através da vertente filosófica determinista que paira sobre as obras naturalistas. A partir dessa reflexão os fatores determinantes serão o espaço literário no qual o enredo se desenvolve, o meio, bem como o momento histórico no qual estão inseridos sendo principal e predominantemente a problemática do gênero. Todos esses fatores serão pautados em artigos científicos como os da autora Milena Santos de Jesus e textos teóricos literários de obras como Teoria King Kong de Virginie Despentes e A Construção Social da Masculinidade de Pedro Paulo de Oliveira. Para melhor situar os aspectos da análise, apresenta-se uma biografia breve – mas eficiente – do autor, uma vez que essas informações podem auxiliar em uma compreensão melhor e mais completa da obra e dos elementos que a constroem. Apesar de levar em conta os aspectos deterministas de forma abrangente, o foco que será atribuído à questão do gênero, tem por finalidade fomentar uma problemática com relação ao que se compreende por “ser mulher” e “ser homem” cultural, social e biologicamente. Os aspectos cientificistas também são aproveitados no presente artigo, levando em consideração que se trata de uma obra naturalista que sofre influência do real.