Estudo de viabilidade técnica para utilização de rejeito de lastro para revestimento primário
trabalho de conclusão de curso
RESUMO: Os componentes de uma estrada de ferro são divididos em dois grandes grupos: a infraestrutura e a superestrutura, sendo o lastro ferroviário um dos principais elementos deste último grupo. O principal método de manutenção deste elemento é denominado desguarnecimento, que retira da ferrovia em manutenção um grande volume de material de baixa granulometria e finos, denominado rejeito de lastro. É prática comum nas ferrovias brasileiras utilizar o rejeito de lastro como insumo para manutenção de suas estradas de serviço. Geralmente, esta manutenção ocorre sem nenhum controle tecnológico, consistindo basicamente no espalhamento deste material granular sobre à pista de rolamento. Observa-se também, a prática de doações de rejeito de lastro à lindeiros e prefeituras municipais. Quando não ocorre nenhuma das destinações citadas, o volume de rejeito gerado fica armazenado, disposto em pilhas, ao longo da estrada de serviço das ferrovias, gerando um passivo ambiental, promovendo um aspecto de desorganização, além de expor os motoristas que circulam nestas estradas à risco de colisões. Diante deste cenário, faz-se necessário estudar meios para reutilização do rejeito de lastro, atualmente com pouco aproveitamento, em obras de engenharia civil. Logo, dado a relevância do tema, o presente trabalho visa estudar a viabilidade técnica quanto a utilização deste material para estabilização granulométrica de solos a serem utilizados na construção de camada de revestimento primário em obras de pavimentação. A substituição parcial do solo proveniente de jazidas naturais pelo rejeito de lastro resulta na diminuição dos volumes a serem extraídos, além de ressignificar o rejeito de lastro, gerando benefícios econômicos à ferrovia e ambientais ao planeta. A metodologia proposta visou avaliar as principais características físicas, geotécnicas e mecânicas de solo, rejeito de lastro desguarnecido e misturas de solo e rejeito de lastro desguarnecido em três proporções 50/50%, 30/70% e 20/80% a partir dos parâmetros estabelecidos pela norma técnica DER/PR ES-T 07/18. O amostra de solo foi classificada como A-2-6 e apresentou LL=23%, LP=17% e IP=6%. Todas as misturas apresentaram índices de consistência NL e NP. A amostra de rejeito de lastro desguarnecido apresentou dimensão máxima de 63mm, porcentagem de grãos inferiores a 0,075mm de 3% e desgaste por abrasão “Los Angeles” de 18%. O estudo sinalizou que as misturas de solo e rejeito de lastro classificado com dimensão inferior a 25mm nas proporções 50/50%, 30/70% e 20/80% a partir dos resultados obtidos dos índices de consistência e granulometria e os limites estabelecidos pela norma técnica DER/PR ES-T 07/18 sugerem potencial para utilização em camadas de revestimento primário. Com relação à caracterização mecânica não foi possível avaliar devido à granulometria inicial da amostra de rejeito e disponibilidade em quantidade suficiente para realização dos ensaios, inviabilizando sua execução. O estudo caracterizou-se como preliminar e inicial, e sugeriu a continuidade com estudos complementares, sobretudo caracterização mecânica, ambiental, mineralógica e química para conclusões que comprovem a sua viabilidade técnica e também ambiental para camadas de revestimento primário.
- Engenharias164
Redes Sociais