dc.description.abstract | A Geografia Crítica tem de fato dialogado com a Pedagogia Libertadora nas escolas e nas salas de aula? Há séculos se discute sobre o que de fato seria o objeto de estudo da Geografia, que passou por diversas reformulações epistemológicas ao longo de sua história, que transformaram esta ciência, fazendo-a deixar de ser um instrumento de defesa de interesses estatais e/ou imperialistas, a serviço da lógica do capital, se transformando em importante instrumento de colaboração na luta pela democracia e igualdade social. A Geografia Crítica, moldada nas bases filosóficas marxistas, estruturalistas e pós-estruturalistas/pós-modernas, conversa diretamente com uma educação libertadora proposta por Paulo Freire em suas várias obras, principalmente em Pedagogia do Oprimido e também com as propostas educacionais defendidas por outros autores afiliados a essas correntes filosóficas. As diretrizes educacionais propostas nos dias atuais, não só para a Geografia, mas também a outras disciplinas escolares, caminham no sentido de buscar uma educação que promova a libertação do indivíduo permitindo-o compreender a realidade na qual está inserido, colocando-o como agente transformador da mesma, como sujeito ativo para com os vários aspectos e debates sociais, exercendo a cidadania e sendo autor de sua própria história. Entretanto, para melhor compreensão dessa problemática é necessário, primeiramente, compreender o processo de desenvolvimento epistemológico da Geografia. Por isso foi feita uma sintética retrospectiva sobre a sua história, buscando compreender as influências que colaboraram para cada fase de seu desenvolvimento como ciência, até sua chegada na complexa Geografia atual, buscando compreender também como e onde se constituem os possíveis elos entre a Geografia Crítica e uma Educação Libertadora. Posteriormente, se buscou fazer essa análise empírica através da observação do ensino de Geografia em duas escolas da rede pública no município de Vila Pavão/ES e de entrevistas com as docentes de ambas as escolas. Buscou-se relacionar suas práticas pedagógicas ao lecionarem
Geografia com os enfoques visados nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s), na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), sob o prisma do viés crítico inerente à obra de autores como Paulo Freire, Demerval Saviani, José Carlos Libâneo, José
Nilson Machado, Ricardo Menezes Santos e outros que dissertam sobre uma educação capaz de desenvolver as competências necessárias à emancipação do sujeito. Objetivamos verificar se as docentes buscam através do ensino da Geografia corroborar essa educação transformadora ou se, contraditoriamente, continuam baseando-se em um modelo educacional tradicional – a educação “bancaria” de que fala Freire, mais detalhadamente no capítulo dois da Obra Pedagogia do Oprimido - atuando como máquinas de reverberação da opressão, colaborando para uma concepção instrumental da educação. | pt_BR |
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