Autoetnografia e processos de subjetificação em educação linguística : (trans)formação de uma professora de inglês

Fadini, Karina Antonia (2020)

Tese de doutorado

RESUMO: Para alcançar e transcender fronteiras e concepções pré-estabelecidas em relação à linguagem e à formação de professores, tornou-se comum em nossa sociedade líquida (BAUMAN, 2001) buscar novas formas de ver o mundo. E essas formas pós-modernas de ver e ser, ajudadas pela Linguística Aplicada Crítica (PENNYCOOK, 2001) e suas perspectivas decoloniais, também se refletem em projetos de pesquisa e suas contribuições metodológicas. Por essa razão, vemos na Autoetnografia (ELLIS, 2004) uma alternativa metodológica para a pesquisa sobre formação continuada de professores de línguas adicionais, como um processo significativo e profundo de análise e reflexão teórica sobre nossas práticas educacionais. Este estudo autoetnográfico é baseado no próprio locus de enunciação da pesquisadora, sob suas próprias percepções de mundo, as quais, por meio de textos, imagens, epifanias e narrativas, com os quais (re)constrói sua subjetividade de forma transpessoal; dentro de um relacionamento que pode ser estabelecido entre a memória pessoal e coletiva, e de formas historicizadas e contextualizadas. Assim, o objetivo deste estudo é demonstrar na prática quão propícia esta metodologia pode ser para uma professora-pesquisadora de línguas. Com isso, tenho visado à expansão de processos metodológicos, éticos e interpessoais, bem como à promoção de novas formas de criação e construção de conhecimento no campo educacional e da pesquisa. De natureza qualitativa (BOGDAN; BIKLEN, 1982), o levantamento de dados conta com questionários escritos abertos e rodas de conversa, diário de campo e gravações em áudio, contendo opiniões e narrativas da autora e dos participantes-personagens, quais sejam: (ex-)alunos, (ex-)colegas de profissão e estudos, (ex-)professores formadores, e professores em formação; isto é, indivíduos com visões diversas, mas que compartilham algumas mesmas histórias vividas pela autora ao longo de sua formação e prática como professora de línguas. Esses dados são entrelaçadas em análises “etno”, e utilizados como pano de fundo para gerar novos dados e tratar assuntos específicos e diversos, objetos de aprofundamento teórico, ao mesmo tempo em que processos de subjetificação e (auto)(trans)formações vão ocorrendo com a professora-pesquisadora-autora desta tese durante sua escrita.

ABSTRACT: In order to tackleand transcend frontiers and pre-established conceptions in relation to language and teacher education, it has beencommon in our liquid society (BAUMAN, 2001) to reachfor new ways of seeing the world.These new postmodern ways of seeingitand being, assisted by Critical Applied Linguistics (PENNYCOOK, 2001) and their decolonial perspectives, are also reflected in research projects and their methodological contributions. For this reason, we see in Autoethnography (ELLIS, 2004) a methodological optionin research for additional language teachers’ continued education as a meaningfuland more profound process of analysis and theoretical reflection over their practices. The present autoethnographic study is based on the researcher’s own lociof enunciation, under herown perceptions of the world, forming a narrative that builds subjectivity in a transpersonal way; within a relationship that can be established between personal and collective memories, and in historicized and contextualized ways. Thus, the purposehere is to show by means of practicehow positively conducive this methodology can be for a language teacher-researcher. This type of research also aims at expanding methodological, ethical and interpersonal processes, as well as fostering new ways of creating and building knowledge within the educational field. It hasqualitative nature (BOGDAN; BIKLEN, 1982), and data generation takes place through open written questionnaires and conversation groups, fieldnotes and audio recordings, containingauthor and participants’opinions and narratives. The participants-characters include (former)students, (former) colleagues in profession and studies, and former professors, that is, individuals with diverse viewsbut who shared some same stories lived by the autoethnographerthroughout her education and practices as a language teacher.These data are intertwined with “ethno” analyzes, and used as a background to generate new data and deal with specific and diverse subjects, objects of theoretical deepening, at the same time that processes of subjectification and (self) (trans)formations are occurring with the teacher-researcher-authorof this dissertationduring itswritingprocess.

RESUMEN: Para alcanzar y trascender fronteras y concepciones preestablecidas en relación con el idioma y la formación docente, buscar nuevas formas de ver el mundo se ha convertido en algo común en nuestra sociedad líquida (BAUMAN, 2001). Y estas nuevas formas posmodernas de ver y ser, asistidas por la Lingüística Aplicada Crítica (PENNYCOOK, 2001) y sus perspectivas decoloniales, también se reflejan en los proyectos de investigación y sus contribuciones metodológicas. Por este motivo, vemos en la Autoetnografía (ELLIS, 2004) una alternativa metodológica en la investigación para la formación continuadade profesores de idiomas adicionales, como un proceso significativo y más profundo de análisis y reflexión teórica sobre sus prácticas. El estudio autoetnográfico se basa en los propios locide enunciación del investigador, bajo sus propias percepciones del mundo, formando una narrativa que construye la subjetividad de una manera transpersonal; dentro de una relación que puede establecerse entre la memoria personal y colectiva, y de manera historizada y contextualizada. Por lo tanto, el propósitoaquies mostrarel la práctica lopositivaquepuede ser esta metodología para un profesor-investigador de idiomas. Este tipo de investigación también apunta a expandir los procesos metodológicos, éticos e interpersonales, así como a fomentar nuevas formas de crear y construir conocimiento dentro del campo educativo. De naturaleza cualitativa (BOGDAN; BIKLEN, 1982), la generación de datos se realiza a través de cuestionarios escritos y grupos de conversación abiertos, con notas de campo y grabaciones de audio, que contienen opiniones y narraciones de los participantes-personajes (estudiantes, antiguos alumnos, colegas en la profesión y estudios, profesores en formación y formadores), individuos con visiones diversas pero que compartenhistorias vividas por la autoetnógrafa a lo largo de su educación y prácticas como profesora de idiomas. Estos datos se entrelazan con los análisis "etno" y se utilizan como antecedentes para generar nuevos datos y tratar temas específicos y diversos, objetos de profundización teórica, al mismo tiempo que los procesos de subjetivación y (auto)(trans)formaciones tienen lugar con la maestra-investigadora-autorade esta tesis durante su escritura.