Avaliação do potencial antimicrobiano de extratos de macroalgas marinhas e sua aplicação no controle de contaminantes do pescado.

Abstract

RESUMO: A divulgação de estudos constatando que o incremento do pescado e/ou de seus derivados na dieta humana causa benefícios à saúde, por conta de seu elevado valor nutricional, vem aumentando o consumo desse produto. Porém, algumas características do pescado tornam-no um dos alimentos mais susceptíveis a deterioração. Garantir um alimento seguro, conservando seus atributos nutricionais e qualidade, leva à busca de técnicas alternativas para a conservação do pescado, e a incrementação de aditivos vem sendo cada vez mais comum na indústria. Atualmente existe um forte debate quanto a segurança dos conservantes químicos, pois são responsáveis por muitos atributos cancerígenos e teratogênicos, além da toxidade residual. O interesse inicial pelo estudo de substâncias com potencial antimicrobiano surgiu pela necessidade em se buscar novos aditivos para a substituição dos sintéticos. Há um enorme potencial para pesquisa na área que relaciona as atividades biológicas de macroalgas marinhas e sua aplicabilidade como agente antimicrobiano e antioxidante. Tais organismos pertencem ao reino Protista e já possuem diversas aplicações na indústria, tanto alimentícia como farmacêutica devido as suas propriedades químicas e nutricionais. Sua atividade antioxidante já é bastante conhecida, porém a antimicrobiana ainda é pouco estudada. Devido à necessidade de se descobrir novos compostos naturais, por conta da resistência cada vez maior de espécies potencialmente patogênicas ao ser humano, tais como o Staphylococcus aureus, a Escherichia coli e a Salmonella sp., vê-se nas macroalgas uma fonte natural de antimicrobianos, principalmente por conta da presença de metabólitos secundários. O presente trabalho visou testar esse potencial a partir de extratos de macroalgas coletadas na costa da praia de Piúma – ES e submetidas a processos de secagem e recuperação em solventes com diferentes polaridades, contra as bactérias patogênicas comumente encontradas em pescado e seus derivados. O extrato da macroalga Sargassum vulgare, fração acetato de etila, mostrou-se significativamente eficiente no controle de micro-organismos presentes no pescado.

ABSTRACT: The dissemination of studies confirming that the increase of fish and/or its derivatives in the human diet causes health benefits, due to its high nutritional value, has been increasing the consumption of this product. However, some fish characteristics make it one of the foods most susceptible to deterioration. Ensuring a safe food, conserving its nutritional attributes and quality, leads to the search for alternative techniques for the conservation of the fish, and the increase of additives is becoming more and more common in the industry. Currently there is a strong debate about the safety of chemical preservatives, as they are responsible for many carcinogenic and teratogenic attributes, as well as residual toxicity. The initial interest in the study of substances with antimicrobial potential arose from the need to seek new additives for the substitution of synthetic. There is a great potential for research in the area that relates the biological activities of marine macroalgae and its applicability as an antimicrobial and antioxidant agent. These organisms belong to the Protista kingdom and already have several applications in the industry, both food and pharmaceutical, because of their chemical and nutritional properties. Its antioxidant activity is already well known, but the antimicrobial activity is still little studied. Due to the need to discover new natural compounds, for the increasing resistance of species potentially pathogenic to humans, such as Staphylococcus aureus, Escherichia coli and Salmonella sp., macroalgae are a natural source of antimicrobials, mainly due to the presence of secondary metabolites. The present work aimed to test this potential from extracts of macroalgae collected on the coast of the beach of Piúma - ES and submitted to drying and recovery processes in solvents with different polarities, against the pathogenic bacteria commonly found in fish and its derivatives. The extract of the macroalga Sargassum vulgare, ethyl acetate fraction, showed to be significantly efficient in the control of microorganisms present in the fish.