Utilização de bactérias com potencial probiótico no controle de Vibrio parahaemolyticus em cultivo experimental de Macrobrachium rosenbergii
Trabalho de conclusão de curso
RESUMO: Diferentemente dos vertebrados, que possuem um sistema imunológico adaptativo e um natural, os crustáceos possuem apenas o sistema imune natural. Dentre as espécies de crustáceos de água doce que são cultivadas, uma das que mais têm se destacado é o camarão Macrobrachium rosenbergii. As doenças são um dos principais fatores limitante na carcinicultura e têm causado prejuízos ao redor do mundo. A rápida expansão do cultivo de peneídeos está sendo ameaçada por essas doenças provocadas por espécie do gênero Vibrio, que afetam a sua sobrevivência e crescimento. A alta densidade populacional, o manejo inadequado e a má qualidade da água favorecem a proliferação desses micro-organismos patogênicos. Existem várias pesquisas relacionadas às boas práticas de manejo, possibilitando a melhoria no sistema de criação, mas o controle biológico de patógenos é pouco estudado. Diversos autores afirmam que cepas autóctones do tipo Gram positivas veem obtendo resultados satisfatórios como probiótico na aquicultura. Sabendo que os organismos aquáticos possuem, em sua microbiota, maior quantidade de bactérias do tipo Gram negativas, também podemos ressaltar a importância do estudo dessas cepas, assim com as Gram positivas. Além disso, outros autores ressaltam o fato de que cepas exóticas, provenientes de outros ambientes também vem sendo estudadas com a mesma finalidade, por conta do papel que elas atuam no ambiente devido a sua produção de metabólitos secudários no controle de micro-organismos patogênicos. Diante disso, o presente trabalho teve como objetivo isolar e testar o potencial antimicrobiano probiótico de bactérias autóctones e exóticas no controle de Vibrio parahaemolyticus em cultivo experimental do camarão de água doce (M. rosenbergii), buscando nova propostas para a substituição dos antibióticos utilizados no controle de doenças na carcinicultura. 161 cepas foram isoladas, sendo 56 do trato intestinal de camarões adulto e 105 de solo rizosférico de áreas de mangue. Após triagem a partir de testes in vitro foram selecionadas três cepas: MB (autóctone - gram negativa), MG (autóctone - gra positiva) e P1A-B (rizobactéria - gram negativa). O experimento externo foi realizado com 15 caixas, divididas em cinco tratamentos, contendo 40 juvenis cada. Além disso, um tratamento denominado controle positivo (cepa probiótica) e controle negativo (meio de cultura) foram utilizados para comparação dos resultados. Os juvenis foram submetidos à biometria e avalização da colonização por cepas probióticas e do gênero Vibrio a cada sete dias. No experimento de infecção com duração de sete dias, 106 ufc/mL do patógeno foram inoculados na água de tratamento. Ao final do experimento, os intestinos dos animais foram plaqueados para contagem de cepas probióticas e bactérias do gênero Vibrio. Os resultados obtidos neste trabalho, mostram que entre os três tipos de cepas utilizadas, as autóctones MG e MB se mostraram melhores no controle do patógeno, tanto na água de cultivo como nos intestinos dos camarões, quando comparadas aos demais tratamentos. Com isso, faz-se necessário mais estudos com bactérias desse tipo tendo em vista que a maioria dos probióticos utilizados na atualidade são compostos por cepas que não provém do animal a ser cultivado.
ABSTRACT: Unlike vertebrates, which have an adaptive and natural immune system, crustaceans have only the natural immune system. Among the species of freshwater crustaceans that can be cultivated, the shrimp Macrobrachium rosenbergii is one of the most prominent. Diseases are one of the main limiting factors in shrimp farming and have caused damage around the world. The rapid expansion of shrimp culture is being threatened by these diseases, especially those caused by bacterial species of the genus Vibrio, which affect its survival and growth. High shrimp population density, lack of management and poor water quality, favor the proliferation of these pathogenic microorganisms. There are several researches related to good management practices, making possible the improvement in the breeding system, but the biological control of pathogens is little studied. Several authors affirm that gram-positive autochthonous strains see satisfactory results as probiotics in aquaculture. Knowing that aquatic organisms have a greater amount of gram-negative bacteria in their microbiota, we can also emphasize the importance of studying these strains, as well as Gram-positive strains. In addition, other authors emphasize the fact that exotic strains from other environments have also been studied for the same purpose, due to the role they play in the environment, once they arecapable of produce secondary metabolites, for the control of pathogenic microorganisms. The objective of this work was to isolate and to test the antimicrobial and probiotic potential of native and exotic bacteria in the control of Vibrio parahaemolyticus in experimenta culture of freshwater prawn (M. rosenbergii), searching for new proposals for the substitution of antibiotics used in the control of diseases in shrimp farming. 161 strains were isolated, being 56 from the intestinal tract of adult shrimp and 105 of rhizospheric soil from mangrove areas. After screening from in vitro tests, three strains were selected: MB (autochthonous - gram negative), MG (autochthonous - gram positive) and P1A-B (rhizobacteria - gram negative). The external experiment was carried out with 15 boxes, divided in five treatments, containing 40 juveniles each. Two treatments, called positive control (probiotic strain) and negative control (culture medium), were used to compare the results with the three treatments using bacteria. The juveniles were submitted to biometry and tests to verify the colonization by probiotic and Vibrio strains every seven days. Na infection experiment were carried out with seven days, where 106 cfu/ml of the pathogen were inoculated into the water of shrimp cultivation of each treatment. At the end of the experiment, the intestines of the animals were plated for counting probiotic strains and the bacteria of the genus Vibrio. The results obtained in this work showed that, among the three types of strains used, the autochthonous MG and MB have the best results in the control of the pathogen in both culture water and intestines of shrimp, when compared to the other treatments. Thus, more studies are needed with these bacteria, since most of the probiotics used today are composed of strains that do not come from the animal to be cultivated.
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