A configuração do editorial de jornal : uma abordagem sistêmico-funcional

Peterle Júnior, Edézio (2020)

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RESUMO: Atualmente, a disciplina de língua portuguesa no Brasil tem como objeto de ensino o texto, que deve ser instrumentalizado nas aulas de língua materna por meio de algum gênero do discurso. Diante dessa orientação normativa (BRASIL, 1998) e, a partir dela, ensinar português é desenvolver a competência discursiva dos alunos. Nessa perspectiva, o texto passa a ser unidade de ensino e o gênero discursivo núcleo do ensino de língua portuguesa. Ainda assim, por mais que essas orientações didático-pedagógica estejam colocadas, existem dúvidas sobre o que se deve ensinar do gênero e como (SOARES, 2009). De nossa parte, acreditamos que entender as especificidades dos gêneros discursivos por meio de sua configuração parece ser uma condição essencial para instrumentalização desse objeto no ensino de língua portuguesa. Nesse sentido, pautados em aporte teórico sistêmico-funcional (HASAN, 1989), configuramos o gênero editorial, construindo sua Estrutura Potencial do Gênero (EPG). Nessa proposta, analisamos 20 editoriais da Folha de São Paulo. Após a análise, concluímos que o gênero editorial se configura com os seguintes elementos: (a) obrigatórios: Título (100%), Abordando a Questão (100%), Argumentação (90%), Articulando uma Posição (85%), Informações Adicionais (80%); e (b) opcionais, o Fechamento da Argumentação (45%). De posse desse resultado, assim como nos indica Hasan (1989), acreditamos que do editorial devemos ensinar seus elementos obrigatórios e assim o faremos ao apresentar aos alunos a sua EPG. De tal modo, nossa intenção é que os resultados dessa pesquisa sirvam como base para o trabalho com o gênero editorial em sala de aula, bem como possam auxiliar o planejamento pedagógico do professor de língua materna; proporcionando ao aluno, por meio da leitura e escrita do gênero, o desenvolvimento de sua competência discursiva.