Sustentabilidade de modelos de produção em pastejo continuo, pastejo rotacionado e no sistema agroecológico-Voisin

Abstract

Em um cenário em que mais de cinquenta por cento das pastagens brasileiras situa-se com algum grau de degradação e a pecuária bovina em sua maior parte, é desenvolvida de forma extensiva, há que se refletir tecnicamente para lidar com o quartado solo-pastagem-gado-ambiente. O estudo apresentado teve como objetivo analisar, por meio de uma revisão bibliográfica, as diferentes formas de manejo das pastagens, identificando as nuances entre o sistema de pastejo continuo, a metodologia de pastejo rotacionado e as práticas do manejo agroecológico-pastoreio racional voisin, considerando as vantagens e desvantagens de cada modelo, sob a ótica da sustentabilidade. O pastejo continuo, embora possua baixíssimos custos operacionais, as perdas com índices de produtividade, de capacidade de suporte, degradação de solo e perda de fertilidade tornam essa modalidade objeto de adequação e melhorias. No pastejo rotacionado, a adoção de pacotes tecnológicos dependentes de insumos químicos e obstinados a colher a máxima produtividade, traz à luz questionamentos da efetiva sustentabilidade desses propósitos. O manejo agroecológico-voisin é um sistema de produção conciliador das necessidades do pasto, dos animais e do solo, preconizando a ciclagem de nutrientes e gerando condições de autoeficiência das pastagens. Por fim, há que se repensar as extensas áreas de pastos degradadas no Brasil. Sendo assim, a teoria do pastoreio racional é fundamentada em processos conservacionistas e de uma pecuária adequada à natureza, nos quais possibilita o auferimento de elevada produtividade. Ademais, esse embasamento teórico teve como pressuposto oferecer reflexões mais amplas sobre os processos que auxiliem produtores rurais e extensionistas a se tornarem mais sustentáveis e competitivos.