Padronização de métodos para fabricação de sabão artesanal a partir de resíduo de óleo vegetal usado em frituras
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A produção de sabão artesanal, embora seja uma prática sustentável e econômica, pode envolver riscos significativos se medidas adequadas de segurança não forem adotadas durante sua fabricação e comercialização. O hidróxido de sódio, soda cáustica, usados no processo de saponificação, podem causar queimaduras e outros acidentes se manuseados incorretamente, ou quando em excesso no produto final provoca lesões cutâneas nos usuários. Esse trabalho busca avaliar a viabilidade da reciclagem de óleo vegetal usado em frituras para a produção de sabão artesanal, bem como, desenvolver fórmulas eficazes e seguras desse produto para o consumidor final. A metodologia adotada para análise da matéria-prima foi a descrita pelo Instituto Adolfo Lutz (2008), e a das fórmulas de sabão em barra pelo Guia de Controle de Qualidade de Produtos Cosméticos (2008). As análises da matéria-prima apresentam índice de acidez (0,4- 1,6), índice de saponificação (194- 198) e índice de iodo (58- 61) para três amostras de óleos vegetais (Amostra 1: óleo comercial sem fritura, Amostra 2: óleo usado doméstico, Amostra 3: óleo lanchonete). Os testes realizados indicam que a Amostra 2 apresenta maior qualidade para a produção de sabão artesanal, embora, as amostras 1 e 3 possam também ser usadas sem prejuízo ao produto final. Foram produzidas oito fórmulas de sabão artesanal, sendo os parâmetros físicos químicos comparados com sabões comerciais utilizados como controle. Os parâmetros analisados foram umidade (4,51- 26,1), pH (10,7- 12,5), densidade (0,9- 1,9), espuma (23- 50) e alcalinidade (0,3- 4,0). Das oitos fórmulas propostas a 6, 7, e 8 apresentaram os melhores resultados (Apêndice A). Quanto à matéria prima foi possível analisar a proporção de hidróxido de sódio necessária para reação de saponificação, para garantir a saponificação total é utilizado um excesso de 20% do álcali para a produção. Com isso, a quantidade proporcional para cada grama de óleo utilizado é de 0,23 gramas de hidróxido de sódio. Os resultados das análises físico-químicas realizadas com essa porcentagem de excesso resultaram em sabões que atendem os parâmetros adequados de acordo com a Anvisa, com valor de pH dentro dos limites estabelecidos para serem classificados como produtos de risco 1.
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