O ensino remoto e o autismo: um estudo de caso sobre os modos de des-aparecimento do ser na relação professor-estudante
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São recentes os estudos acerca do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), tendo seu marco inicial consensualmente estabelecido em 1943 com o trabalho do médico Leo Kanner, o que nos leva a reconhecer o estágio preambular desse campo em relação às demais áreas das ciências médicas. No campo pedagógico, a maioria das intervenções para estudantes autistas concentra-se sobre bases behavioristas. Tal cenário provoca o questionamento da escassez de abordagens pedagógicas para estudantes com TEA alternativas às propostas determinísticas apoiadas nas ciências naturais, sobretudo, considerando também o momento histórico presente, que traz o ensino remoto como característica marcante para a educação. Uma alternativa possível situa-se na potência do pensamento de Heidegger, que aponta para práticas de ensino que levem em consideração a existência ontológica do estudante autista que assume sua condição de ser-aí. Nosso objetivo geral situa-se em explorar o perfil existencial do Dasein pós-moderno, com destaque para as implicações de seus modos de ser nos processos educacionais remotos de estudantes autistas, tendo em vista a elucidação de percursos pedagógicos possíveis para esse público. Nossa metodologia compreende uma pesquisa qualitativa fenomenológica com objetivo exploratório. Conclui-se que uma abertura fenomenológica mediante as metodologias de ensino hegemônicas pode proporcionar momentos legítimos de trocas de saberes e experiências entre mestres e aprendizes.
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