As faces de Agda: escritura, velhice e morte num conto de Hilda Hilst
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RESUMO: O presente artigo analisa a velhice e a morte da protagonista de “AGDA”, de Hilda Hilst, explorando os sentidos desses processos numa leitura que considera múltiplas faces da personagem, e se alinha a uma perspectiva dinâmica sobre a linguagem escrita conforme pensada por Jacques Derrida, em A farmácia de Platão. Na análise dialógica entre Hilst e Derrida, entendeu-se que, além de o corpo de Agda representar um corpo humano em processo de envelhecimento e a narrativa abordar a angústia dessa condição, o corpo de Agda também se apresenta como personificação da própria escritura. Nesse sentido, a situação narrada manifesta a tensa relação entre as linguagens falada e escrita como argumentada no diálogo Fedro de Platão e, primordialmente, revela a escritura como o quase-conceito/indecidível de Derrida: paradoxal, ambivalente, multifacetada, desprovida de essência única e imutável.
ABSTRACT: This article analyzes the old age and death of the protagonist in “AGDA” by Hilda Hilst, exploring the meanings of these processes through a reading that considers the character’s multiple facets and aligns with a dynamic perspective on written language as conceptualized by Jacques Derrida in Plato’s Pharmacy. In the dialogical analysis between Hilst and Derrida, it is understood that, besides Agda’s body representing a human body in the process of aging and the narrative addressing the anguish of this condition, Agda’s body also emerges as the personification of writing itself. In this sense, the narrated situation reveals the tense relationship between spoken and written languages as argued in Plato’s dialogue Phaedrus and, primarily, reveals writing as Derrida’s quasi-concept/undecidable: paradoxical, ambivalent, multifaceted, devoid of a unique and immutable essence.
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