Atividade biológica e antioxidante do extrato de Moringa oleifera

Oliveira, Kaulanny Ferreira de (2024)

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RESUMO: Espécies de plantas sempre foram empregadas como fonte primária em rituais de cura. No entanto, o uso de ervas medicinais geralmente se baseia em conhecimentos empíricos transmitidos de geração em geração, muitas vezes associados à crença popular de que são inofensivas. Entre as diversas plantas utilizadas para esse fim, destaca-se a Moringa oleifera, que ao longo do tempo foi incorporada à dieta humana devido aos seus reconhecidos valores terapêuticos, caracterizando-se como uma planta de múltiplos usos. As plantas contêm uma variedade de compostos químicos resultantes de seu metabolismo primário e secundário. No metabolismo secundário, são produzidos compostos espécie específicos, os quais servem como mecanismo de defesa contra diversos estresses ambientais, como radiação solar, doenças e herbívoros, além de auxiliar na atração de polinizadores. Entre esses compostos, os fenólicos se destacam, pois possuem propriedades antioxidantes, sendo capazes de neutralizar ou retardar a ação dos radicais livres. Para avaliar a atividade biológica de extratos vegetais, os cientistas têm utilizado ensaios com plantas, sendo o teste de Allium cepa um dos mais comuns para detectar substâncias potencialmente tóxicas. A divisão celular é um processo fundamental para todos os seres vivos, desde os mais simples até os mais complexos. A divisão celular é essencial para todos os seres vivos e é coordenada por genes que garantem a replicação do material genético. Falhas nesse processo podem causar danos no DNA. Os testes de genotoxicidade são sensíveis e rápidos, permitindo detectar quebras no DNA e fenômenos apoptóticos, o que é crucial para avaliar os efeitos de substâncias potencialmente tóxicas. Com isto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade biológica e antioxidante do extrato de Moringa oleifera para assegurar sua qualidade e segurança de uso, abrangendo aspectos químicos, farmacológicos e toxicológicos. Para avaliação da alelopatia foram utilizadas três diferentes concentrações (1,0mg/mL, 0,5mg/mL e 0,1mg/mL) de extrato hidroalcoólico sob o teste Allium cepa. Os compostos fenólicos totais, taninos e flavonoides dos extratos foram quantificados e expressos em equivalentes de ácido gálico (EAG) para fenólicos totais e taninos, e em equivalentes de quercetina (EQ) para flavonoides. Para a detecção da atividade antioxidante foram usados os métodos ABTS e DPPH. Para a análise dos efeitos da alelopatia foram avaliados o índice de germinação (IG), índice de velocidade de germinação (IVG) e índice de alelopatia (IA). Conclui-se que os testes indicaram que a Moringa oleifera possui uma quantidade significativa de taninos e compostos fenólicos, mas baixa concentração de flavonoides. Embora os compostos fenólicos tenham propriedades antioxidantes, o extrato não demonstrou atividade antioxidante nos testes realizados. Além disso, não foram observados efeitos negativos na germinação de sementes de Allium cepa, sugerindo que a planta não é alelopática. Com base nos resultados apresentados, constatou-se que o extrato de M. oleifera, não demonstrou efeitos significativos sobre o índice mitótico, o índice de aberração, o índice de efeito aneugênico e o índice de efeito clastogênico das células de Allium cepa.

ABSTRACT: Plant species have always been employed as a primary source in healing rituals. However, the use of medicinal herbs is usually based on empirical knowledge passed down from generation to generation, often associated with the popular belief that they are harmless. Among the various plants used for this purpose, Moringa oleifera stands out, which over time has been incorporated into the human diet due to its recognized therapeutic values, characterizing itself as a plant of multiple uses. Plants contain a variety of chemical compounds resulting from their primary and secondary metabolism. In secondary metabolism, species-specific compounds are produced, which serve as a defense mechanism against various environmental stresses, such as solar radiation, diseases, and herbivores, in addition to helping to attract pollinators. Among these compounds, phenolics stand out, as they have antioxidant properties, being able to neutralize or slow down the action of free radicals. To evaluate the biological activity of plant extracts, scientists have used plant assays, with the Allium cepa test being one of the most common to detect potentially toxic substances. Cell division is a fundamental process for all living beings, from the simplest to the most complex. Cell division is essential for all living beings and is coordinated by genes that ensure the replication of genetic material. Failures in this process can cause DNA damage. Genotoxicity tests are sensitive and fast, allowing the detection of DNA breaks and apoptotic phenomena, which is crucial for assessing the effects of potentially toxic substances. Thus, the objective of this work was to evaluate the biological and antioxidant activity of Moringa oleifera extract to ensure its quality and safety of use, covering chemical, pharmacological and toxicological aspects. To evaluate allelopathy, three different concentrations (1.0mg/mL, 0.5mg/mL and 0.1mg/mL) of hydroalcoholic extract were used under the Allium cepa test. The total phenolic compounds, tannins and flavonoids of the extracts were quantified and expressed in gallic acid equivalents (GAE) for total phenolics and tannins, and in quercetin equivalents (EQ) for flavonoids. For the detection of antioxidant activity, the ABTS and DPPH methods were used. For the analysis of the effects of allelopathy, the germination index (GI), germination speed index (IVG) and allelopathy index (AI) were evaluated. It is concluded that the tests indicated that Moringa oleifera has a significant amount of tannins and phenolic compounds, but a low concentration of flavonoids. Although phenolic compounds have antioxidant properties, the extract did not demonstrate antioxidant activity in the tests performed. In addition, no negative effects were observed on the germination of Allium cepa seeds, suggesting that the plant is not allelopathic. Based on the results presented, it was found that the extract of M. oleifera did not show significant effects on the mitotic index, the aberration index, the aneugenic effect index and the clastogenic effect index of Allium cepa cells.


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