CONHECIMENTOS PRODUZIDOS POR ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO ENVOLVENDO PENSAMENTO COMBINATÓRIO, A PARTIR DE PRÁTICAS EDUCATIVAS INVESTIGATIVAS

Abstract

Esta pesquisa, de cunho qualitativo, fundamentada nas ideias do Modelo dos Campos Semânticos (MCS), apresentou como estratégia de pesquisa um estudo de caso e utilizou como método de análise leituras plausíveis com a perspectiva de efetuar uma análise epistemológica a partir do MCS. Esta investigação partiu de inquietações vivenciadas pela pesquisadora durante sua trajetória profissional, como, por exemplo, a demanda de docentes por métodos de memorização de fórmulas e algoritmos. Tais inquietações conduziram à seguinte pergunta-diretriz: Quais conhecimentos são produzidos por estudantes do ensino médio, durante um processo de aprendizagem, pautado em práticas educativas investigativas, envolvendo pensamento combinatório? A partir do referencial teórico e metodológico da pesquisa, estabeleceu-se o seguinte objetivo geral: analisar, à luz do Modelo dos Campos Semânticos, significados e conhecimentos produzidos por estudantes de ensino médio em processos de ensino e de aprendizagem pautados em práticas educativas investigativas, envolvendo pensamento combinatório. Para responder a essa pergunta, propôs-se oferecer um ambiente propício para que os estudantes, participantes da pesquisa, e, portanto, sujeitos do conhecimento, expressassem o que pensavam diante do que foi proposto, uma vez que, para a produção de conhecimento, buscou-se analisar significados produzidos, levando em consideração aquilo que efetivamente foi dito. Os participantes da pesquisa foram os estudantes da segunda série do ensino médio de uma escola pública do Espírito Santo, da qual a pesquisadora era regente de classe. A produção de dados da pesquisa teve como fonte de evidência os textos – no sentido proposto pelo MCS – e como método, os possíveis diálogos e compartilhamento de espaços comunicativos, tal como preconizado pelo MCS, além das observações. Esses registros foram produzidos por meio de gravações de áudio e/ou vídeos com os participantes da pesquisa, observações descritas pela professora-pesquisadora e monitores no diário de bordo e as resoluções das tarefas desenvolvidas pelos participantes. Apresentou-se como produto educacional um material textual em formato de um livro, versão digital (e-book), pela facilidade de elaboração, compartilhamento e possibilidade de adaptação pelos futuros usuários. O referido produto foi validado no âmbito da mobilidade internacional com uma turma da formação inicial de professores – Mestrado em Ensino de Matemática e Ciências Naturais do 2º Ciclo do Ensino Básico (CEB), da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Coimbra, em Portugal. Com o intuito de promover a liberdade de uso, alteração e compartilhamento, o e-book foi licenciado de forma aberta, para que pudesse ser considerado um recurso educacional aberto. Como parte das considerações finais foi produzido o conhecimento de, tomar o MCS como aporte epistemológico na pesquisa, não apenas possibilitou as análises, mas ajudou a enxergar o estudante e a sala de aula por outro espectro, permitindo praticar uma educação matemática na qual se procura explicitar na escola os modos de produção de significado da rua e mais ainda, enquanto ato pedagógico e ato político, que visa produzir legitimidade dentro da escola para os modos de produção de significado da rua e assim, poder propor novos modos de produção de significado, juntando os da rua aos da escola.

This qualitative research, grounded in the ideas of the Semantic Fields Model (MCS), employed a case study strategy and utilized plausible readings as the method of analysis to conduct an epistemological analysis based on the MCS. The investigation stemmed from concerns experienced by the researcher during her professional journey, such as the demand from teachers for methods of memorizing formulas and algorithms. These concerns led to the following guiding question: What knowledge is produced by high school students during a learning process, guided by investigative educational practices involving combinatorial thinking? From the theoretical and methodological framework of the research, the general objective was established as follows: To analyze, through the lens of the Semantic Fields Model, the meanings and knowledge produced by high school students in learning processes guided by investigative educational practices involving combinatorial thinking. To answer this question, the study aimed to provide a conducive environment for the participating students, who were the subjects of knowledge, to express their thoughts regarding the proposed activities. The production of knowledge sought to analyze the meanings produced, considering what was effectively articulated. The participants in the research were second-year high school students from a public school in Espírito Santo, Brazil, where the researcher taught. Data collection involved textual sources—following the MCS approach—as well as possible dialogues and sharing of communicative spaces as advocated by the MCS, in addition to observations. Data were gathered through audio and/or video recordings with the participants, descriptive observations recorded in a diary by the teacher-researcher and monitors, and the resolutions of tasks completed by the participants. As an educational outcome, a textual material in the form of a digital book (e-book) was produced for ease of creation, sharing, and adaptability by future users. This product was validated internationally with a group of initial teacher education students in the Master's program in Teaching Mathematics and Natural Sciences for the 2nd Cycle of Basic Education at the Escola Superior de Educação of the Instituto Politécnico de Coimbra, Portugal. To promote freedom of use, modification, and sharing, the e-book was licensed openly as an open educational resource. In the concluding remarks, the study highlighted that adopting the MCS as an epistemological foundation not only facilitated analysis but also provided a new perspective on students and the classroom environment. This approach aimed to promote a mathematical education that seeks to clarify the modes of meaning production from both the street and the school perspectives. Moreover, it aimed to act pedagogically and politically to legitimize diverse meaning-making processes within the school and propose new modes of meaning production that integrate both street and school perspectives.