Cafés especiais das montanhas do Espírito Santo: relação socioeconômica entre "terroir" e indicação geográfica
dissertacao_mestrado
O desenvolvimento rural, no Brasil, esbarra na sustentabilidade do território e na autossuficiência das pequenas propriedades rurais para obter significativos avanços. A sustentabilidade dos territórios ultrapassa os aspectos econômicos, sendo construída a partir da multidimensionalidade que agrega aspectos ambientais, sociais, políticos, culturais e econômicos. As Indicações Geográficas demonstram-se com grande relevância para produtores rurais e consumidores, pois valorizam e protegem um saber fazer dos produtores da região, a tradição de gerações em produzir um produto ou prestar um serviço, a biodiversidade da região e o vínculo do produto com o meio geográfico. Este trabalho propõe-se a compreender a origem das Indicações Geográficas a partir do conceito de terroir, diagnosticando o registro e os primeiros anos de prática de Denominação de Origem Montanhas do Espírito Santo após o seu registro. Relatando, assim, o perfil atual da estrutura organizacional e operacional do projeto Denominação de Origem Montanhas do Espírito Santo e construindo indicadores de fortalecimento para esse movimento coletivo que visa o desenvolvimento territorial rural. Os resultados demonstram a complexidade do sistema de governança territorial e expõem o desafio da operacionalização e do fortalecimento de uma Indicação Geográfica, mostrando que o trabalho voluntário exercido pelos gestores das associações ou dos conselhos que detêm a concessão do registro não é o suficiente para tanto. Para gestão e governança exitosas, as IGs precisam de aporte financeiro voltado para a sua operacionalização de forma sustentável.
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