Entregas de produção x regularidade de embarques: estudo de correlação entre as duas variáveis no ramo do mármore e granito

Santos, Jorgean Rodrigues ; Gonçalves, Tiago José Menezes (2024)

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O setor de rochas ornamentais na atualidade possui grande relevância no que diz respeito à geração de renda para o Brasil, bem como no Espírito Santo, onde representa 7% do Produto Interno Bruto desse estado com impacto direto nos setores de indústria metalmecânica e exportação, segundo pesquisa do Governo do Estado do Espírito Santo em 2021. A partir da representatividade no PIB do Espírito Sando e com a tendência de sustentação nos mercados consumidores, sendo os Estados Unidos da América o principal consumidor da produção brasileira, além de surgimento de novos mercados devido ao aumento da competitividade brasileira, como Europa, Oriente Médio e Oceania permite um rápido avanço da movimentação do setor no PIB Nacional e do Espírito Santo, conforme aponta relatórios do setor fornecidos pelo Centro Rochas entre 2020 e 2023. Com visão estratégica sobre a representatividade do setor, ainda segundo a pesquisa do Governo do Estado do Espírito Santo de 2021, governos a níveis nacional e estadual têm buscado por meio de investimentos em equipamentos e máquinas especializadas, além de infraestrutura fornecer as empresas linhas de crédito atrativas para aumentar a competividade e consequentemente a geração de renda do setor, de 2019 até a data atual, devido ao crescimento exponencial que tem se apresentado nesse período. O Espírito Santo, possui todas as etapas da cadeia produtiva de norte à sul, sendo a extração (conhecida como lavra) com 2 municípios de impacto na extração, de acordo com o Instituto Centro Rochas, 2021 – Cachoeiro de Itapemirim e Nova Venécia, o desdobramento (transformação de blocos em chapas) e o beneficiamento (polimento e acabamento final das chapas) para assim serem comercializadas aos níveis nacional e internacional, dentro das principais tipologias das rochas (granitos, mármores, feldspatos e quartizitos). O mercado consumidor principal da produção brasileira, e consequentemente regional como o Espírito Santo, concentra-se em 56% para os Estados Unidos da América, segundo dado atualizado pelo Centro Rochas de dezembro de 2023. Diante do exposto, o setor torna-se vulnerável a uma sazonalidade do mercado americano, em relação ao seu perfil de consumo, da seguinte forma: Picos de importação de Março à Agosto e tendência de baixas entre os meses de Setembro e Fevereiro, por fatores como temperatura do país (estações do ano), períodos de contabilidade e pagamento de impostos pelas empresas compradoras e períodos de férias escolares e feiras aceleradoras do setor (organizadas entre fevereiro e maio), como por exemplo a Coverings, realizada geralmente em Abril e a KBIS (Kitchen and Bath Industry Show) realizada entre janeiro e fevereiro anualmente, segundo informação da Apex Brasil, 2019. Com a relevância das considerações anteriormente apontadas, é de extrema relevância desenvolver a capacidade produtiva de maneira antecipada e planejada frente às demandas comerciais, principalmente da etapa de beneficiamento de rocha: Que é a produção de chapas prontas, para que se consiga atender os volumes do principal mercado consumidor brasileiro, sendo entregue a composição de tipos de rochas naturais no período de maior consumo, para aproveitar e gerar o máximo possível de renda através das exportações. É válido ressaltar que, existem fatores determinantes que permitem as indústrias se manterem à frente seus faturamentos, como tipos de materiais beneficiados, logística no período de alta (concorrência de ocupação de navios e contêineres), guerras entre países com impacto global e que são determinantes para o sucesso de escoamento das produções realizadas. Porém, há um questionamento a ser realizado para entender a relação entre, entregas de produção regulares x estabilidade dos embarques (exportação regular), que é qual o real impacto das entregas de produção de chapas beneficiadas de forma regular, metros quadrados produzidos semana a semana, na regularidade dos embarques (exportação) e consequentemente no faturamento mensal da empresa? Essa problemática, possui objetivos claros de: Demonstrar a relação direta entre capacidade de produção e capacidade de venda ao principal mercado consumidor; Traçar a correlação, se existir, entre produção e potencial de venda ao mercado consumidor americano; Subsidiar, novos estudos de outras variáveis não mapeadas neste artigo, para alcance de capacidades produtivas enxutas e com geração de estoques ajustados às demandas comerciais; Disponibilizar para o setor com informações de como outros mercados podem ser alternativas para a sazonalidade do principal consumidor brasileiro (Estados Unidos da América); Para alcançar os objetivos propostos, serão realizadas análises estatísticas através dos bancos de dados fornecidos por empresa parceira, que trazem os registros dos materiais finalizados pela produção bem como o registro de vendas em períodos respectivos. A partir do estudo das variáveis de entregas de produção em M2 e vendas em U$ realizadas nos períodos propostos, pretende-se alcançar a resposta para a problemática definida de forma clara e concisa demonstrado através de ferramentas analíticas previamente definidas.


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