A Cor de Coraline e a emblemática expressão "cor de pele" : uma proposta de leitura literária à luz da lei 10.639/03 nos anos iniciais do ensino fundamental
dissertação de mestrado
RESUMO: Nesta pesquisa, desenvolvida na linha de pesquisa Estudos Literários, do programa de Mestrado Profissional em Letras (Profletras) do Ifes, campus Vitória, propomos estudar a literatura e as relações étnico-raciais nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Problematizamos a expressão “cor de pele” para o lápis que os alunos costumam indicar como a cor da pele humana, entendendo que tal generalização pode carregar uma ideologia eurocêntrica e discriminatória que, talvez, os educandos desconhecem. Tivemos como objetivo geral despertar a criticidade sobre as relações étnico-raciais, propondo rodas de leitura literária nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. No exercício da observação, realizamos a sondagem da ocorrência desse fato, em uma turma de 4º ano do Ensino Fundamental I. Após a constatação, objetivamos aplicar uma sequência de atividades que se baseiam na leitura literária da obra A cor de Coraline, obra destinada a esta etapa da educação básica. A metodologia utilizada seguiu as premissas da abordagem qualitativa, com a aplicação da técnica de pesquisa participante (GIL, 2002), tendo como método a roda de leitura fundamentada em Vargas (2013) e a prática dialética defendida por Freire (1974, 2014). O embasamento teórico contou com as produções de autores como Corsaro (2011), sobre a sociologia da infância; Fanon (2008), Munanga (1999) e Nascimento (1978), sobre história, sociologia, cultura negra e relações étnico-raciais; e, por sua vez, para discutir a leitura literária e a literatura infantil, pautamo-nos em autores como Coelho (1985, 2000), Colomer (2007), Cosson (2021) e Lajolo e Zilberman (1987). Alguns resultados foram alcançados, com destaque para a mudança na percepção do uso do lápis rosa claro ou bege como apenas uma cor de pele, considerando o lápis de cor marrom como representatividade da cor da pele negra.
ABSTRACT: In this research, developed in the line of research Literary Studies, of the Professional Master's Program in Letters (Profletras) of Ifes, Vitória campus, we propose to study literature and ethnic-racial relations in the Early Years of Elementary School. We problematize the expression "skin color" for the pencil that students usually indicate as the color of human skin, understanding that such a generalization can carry a Eurocentric and discriminatory ideology that, perhaps, the students are unaware of. Our general objective was to awaken the criticality about ethnic-racial relations, proposing literary reading circles in the Initial Years of Elementary School. In the exercise of observation, we probed the occurrence of this fact, in a class of 4th grade of Elementary School I. After the observation, we aimed to apply a sequence of activities that are based on the literary reading of the work A cor de Coraline, a work intended for this stage of basic education. The methodology used followed the premises of the qualitative approach, with the application of the participatory research technique (GIL, 2002), using as a method the reading circle based on Vargas (2013) and the dialectical practice defended by Freire (1974, 2014). The theoretical basis included the productions of authors such as Corsaro (2011), on the sociology of childhood; Fanon (2008), Munanga (1999) and Nascimento (1978), on history, sociology, black culture and ethnic-racial relations; and, in turn, to discuss literary reading and children's literature, we are guided by authors such as Coelho (1985, 2000), Colomer (2007), Cosson (2021) and Lajolo and Zilberman (1987). Some results were achieved, with emphasis on the change in the perception of the use of light pink or beige pencils as only a skin color, considering brown pencils as representative of black skin color.
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