A crítica feminista da poesia de Angélica Freitas : "A garota mais doce ao sul do Equador" em meio às canções de atormentar

Abstract

RESUMO: Angélica Freitas é hoje uma das vozes mais expressivas da poesia brasileira contemporânea. Com o uso de sátira, acidez e ironia, a autora aborda temáticas de cunho político-social, como o sistema patriarcal e o machismo – que em pleno século 21 ainda se fazem presentes na sociedade –, e desconstrói clichês mantidos culturalmente com relação ao significado de “feminino”. Faremos, portanto, uma análise de “eu sou a garota mais doce ao sul do equador” – ao lado do comentário sobre outros poemas, como “Ana C.” e o poema homônimo à obra – do livro Canções de Atormentar (2020), à luz de um elemento forte na poética de Freitas: o discurso feminista, que permeia toda a obra da autora. Discutiremos os paradigmas sociopolíticos criados ao longo da história em torno do papel da mulher na sociedade e buscaremos entender como se deu a assunção de poetas e ficcionistas feministas na história até chegarmos na cena literária atual, onde autoras como Freitas ganham espaço todos os dias. Para tanto, será necessário transitar sobre questões como o feminismo no Brasil, a relação entre literatura e feminismo, a poesia brasileira contemporânea e, por fim, a poética de Freitas.