CONSIDERAÇÕES SOBRE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E PRECONCEITO LINGUÍSTICO A PARTIR DA BNCC NA ETAPA DO ENSINO MÉDIO

Abstract

O presente estudo busca identificar como o fenômeno Variação Linguística é prescrito na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e de que forma essa abordagem proporciona refletir sobre a questão do Preconceito Linguístico na disciplina de Língua Portuguesa, no Ensino Médio. Em razão disso, tornou-se necessário pautar-se em um viés que contemple o caráter móvel da Língua, por conseguinte, o referencial teórico que embasou a pesquisa constituiu-se na Sociolinguística. Para tanto, esta investigação qualitativa ocorreu mediante a pesquisa documental da BNCC por revisão bibliográfica. Por entender que a maioria das línguas apresenta duas realidades distintas: a oralidade e a escrita, excetuando as ágrafas, que não apresentam o caráter da escrita, o ensino formal, normalmente, se atém à realidade escrita. No entanto, a prática pedagógica linguística se consolida junto ao falante, ou seja, sua aquisição de conhecimento ocorre mediante a língua oral, que se efetua dentro de um contexto político, social e histórico. A partir desse aspecto, compreende-se que a língua está em permanente mudança, que os falantes denotam sua identidade de sujeito, portanto a língua se realiza na prática por meio de distintas variações: Variação Diacrônica, Variação Diatópica ou Regional, Variação Diastrática e Variação Diamésica. Assim, nota-se que, quando a escola se estabelece como contexto formador pautado na variação escrita apenas, o trabalho escolar se estrutura pela trajetória do preconceito linguístico no que se refere ao ensino da língua materna. Dito isso, destaca-se que, ao longo da investigação, observou-se que o estímulo aos estudos das Variações Linguísticas colabora para uma mudança de paradigmas na educação, pois permite ao alunado conhecer, se apropriar e, consequentemente, adequar em diferentes situações as diversidades linguísticas que a língua pode apresentar; contribui para minimizar as intolerâncias advindas da questão social e que se transformam em preconceitos linguísticos. Verificou-se, no que tange à BNCC, que a presença da temática Variação Linguística surge por meio de habilidades, ainda que de forma sutil, perpassando a educação fundamental até o Ensino Médio, foco desta pesquisa, alinhada ao Preconceito Linguístico. Entretanto, nota-se certo favoritismo da construção textual deste documento em relação à norma padrão.