A poética do corpo : os movimentos rítmicos em "Roça barroca" e "Os poros flóridos", de Josely Vianna Baptista

Abstract

RESUMO: As leituras acerca da poética de Josely Vianna Baptista comumente perscrutam uma análise de sua inscrição na linguagem de extração neobarroca, consonante com a investida de uma escritura poética e tradutória relacional, além de sua representação nos planos histórico e etnográfico. Tais interpretações, quando se resumem a esses elementos, podem escamotear uma leitura orgânica provocada ante a composição fonética, visual, imagética (rítmica) dos poemas. Para tanto, procura-se, neste ensaio, sondar a circunstância formal (rítmica, subjetiva), por meio de uma leitura orgânica de dois poemas de Baptista, “Roça Barroca”, homônimo do título do livro publicado em 2011, e o terceiro canto de “Os poros flóridos”, de Sol sobre Nuvens (2007). Para isso, evocam-se os estudos de versificação em poesia com Chociay (1974), estudos sobre o ritmo com Meschonnic (2005; 2010) e considerações sobre o verso livre (BRITO, 2014).

ABSTRACT: Readings about Josely Vianna Baptista's poetics commonly examine an analysis of its inscription in the language of neo-baroque extraction, in line with the onslaught of a relational poetic and translational writing, in addition to its representation on the historical and ethnographic planes. Such interpretations, when reduced to these elements, can conceal an organic reading provoked by the phonetic, visual, imagery (rhythmic) composition of the poems. To this end, we seek to probe the formal circumstance (rhythmic, subjective), through an organic reading of two poems by Baptista, “Roça Barroca”, the homonym of the book's title (2011) and the third song of “Os poros flóridos ”, from Sun on Clouds (2007). To this end, studies on versification in poetry with Chociay (1974), studies on rhythm with Meschonnic (2005; 2010) and considerations on free verse (BRITO, 2014) are mentioned.