Avaliação da atividade antioxidante in vitro das variedades de lúpulo cascade e teamaker cultivados no Brasil
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O Humulus lupulus L. é uma planta originária da Ásia, popularmente conhecida como lúpulo e amplamente utilizada na indústria cervejeira. Mundialmente, seu cultivo é realizado, sobretudo, em regiões de clima temperado, como Europa e Estados Unidos. No entanto, com o aumento considerável da produção cervejeira no Brasil, a demanda por um cultivo no país é crescente, o que implica na necessidade de pesquisas com foco no lúpulo brasileiro. As flores femininas de lúpulo possuem glândulas de lupulina, onde se concentram grandes quantidades de compostos fenólicos, além das moléculas de interesse para a indústria cervejeira, como os alfa-ácidos, os beta-ácidos e os óleos essenciais. Os compostos fenólicos são responsáveis por conferir à planta uma possível atividade antioxidante, sobretudo devido às hidroxilas presentes em seus anéis aromáticos, que são capazes de estabilizar os radicais livres. Baseado nisso, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a atividade antioxidante in vitro de diferentes variedades de lúpulo cultivadas em Alfredo Chaves - ES e Teresópolis - RJ, com o intuito de verificar se a atividade antioxidante expressa por eles se mantém nas condições de cultivo brasileiro e realizar uma comparação entre as variedades testadas, visto que essas apresentam porcentagem de alfa e beta ácidos distintas. A análise da atividade antioxidante in vitro foi realizada a partir do extrato etanólico das variedades Cascade e Teamaker. Os ensaios realizados foram o DPPH e o ABTS e a leitura das absorbâncias foi realizada em espectrofotômetro, na região do UV-vis. Os resultados obtidos foram analisados através do Excel e do Origin, a fim de calcular os valores da concentração inibitória média (IC50) e equivalente de quercetina. A partir dos dados de IC50 obtidos foi possível determinar que o lúpulo Cascade apresentou melhor atividade antioxidante frente aos ensaios do que o Teamaker, salvo no ensaio de ABTS, onde o Teamaker se mostrou mais eficiente. No cálculo de equivalente de quercetina, composto conhecido por apresentar atividade antioxidante e por estar presente em diversas plantas, foi possível observar que, assim como para o IC50, o lúpulo teve um comportamento positivo, necessitando de pouca quantidade de amostra para exercer boa atividade antioxidante. Por fim, concluiu-se que ambas as variedades possuem potencial antioxidante mesmo em baixas concentrações, o que amplia as possibilidades de utilização da planta na área da saúde. Ademais, é importante ressaltar a necessidade de explorar outras propriedades da planta, como sua atividade anticancerígena e antimicrobiana, a fim de observar o comportamento do lúpulo cultivado em solo brasileiro frente às já conhecidas propriedades relatadas na literatura a respeito do lúpulo do estrangeiro.
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