Produção de biossorvente a partir do pó de café verde para remoção de contaminantes em águas

Pani, Beatriz Tiradentes (2023)

trabalho de conclusão de curso

RESUMO: O Brasil é líder mundial na produção e exportação de café tendo o estado do Espírito Santo como o maior produtor de café conilon. A cadeia produtiva do café é reconhecida como uma atividade geradora de significativas quantidades de resíduos, sendo o pó de café verde ou GCP, do inglês Green Coffee Powder, gerado no rebeneficiamento do café conilon e ainda pouco explorado. Diante desse cenário, a economia circular configura-se como um sistema que possibilita a transformação de resíduos em coprodutos com valor agregado, constituindo uma abordagem eficaz para reduzir o impacto gerado pela disposição inadequada dos resíduos agroindustriais. Dentre as diversas alternativas de valorização de resíduos orgânicos, a produção de biossorventes para remoção de contaminantes em águas tem se mostrado uma opção eficaz e de baixo custo, em especial para a remoção de fármacos, cujas consequências de sua ampla distribuição e seu descarte inadequado no ambiente têm sido fonte de preocupações. Este trabalho teve como objetivo produzir um biossorvente alternativo à base de GCP para remoção de contaminantes em águas. O biossorvente foi produzido de duas formas diferentes: sem tratamento químico e ativado quimicamente. Para avaliar a aplicabilidade dos produtos foram feitos testes com solução de paracetamol contendo paracetamol. A quantificação da concentração do paracetamol na solução foi feita com uso de espectroscopia eletrônica de absorção UV-VIS. Com intuito de analisar microscopicamente os biossorventes produzidos, foram avaliadas suas imagens de microscopia eletrônica de varredura. As imagens obtidas indicaram morfologia fibrosa e que os tratamentos, principalmente a ativação química, melhoraram a disponibilidade da área superficial dos materiais. O biossorvente sem tratamento químico apresentou uma capacidade de adsorção de 0,1 mg/g após 30 minutos de contato, enquanto o biossorvente ativado mostrou capacidades de 0,5 mg/g, 0,3 mg/g e 0,1 mg/g para os tempos de 30, 60 e 120 minutos, respectivamente. Ao serem contrastados com outros biossorventes, os biossorventes produzidos demonstraram desempenho inferior, essa diferença pode estar relacionada a fatores de influência, tais como a interação entre grupos funcionais, tempo de contato, dosagem e pH.


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