Ensino de história na educação básica : (re)significando valores sobre os povos indígenas do Espírito Santo
Dissertação de mestrado
RESUMO: A história dos povos indígenas do Brasil tem sido, ao longo dos anos, reproduzida e ensinada em muitas escolas sob uma perspectiva eurocêntrica e etnocêntrica. Essa visão do “índio” como “selvagem” e “não civilizado”, construída no passado pelos colonizadores europeus, interessados em dominar as populações nativas e suas terras, continua sendo usada no presente como estratégia para dificultar o acesso aos direitos indígenas, estabelecidos pela Constituição de 1988. O trabalho procurou desmitificar essas representações e significados, que os estudantes de uma unidade municipal de ensino fundamental, localizada em Vila Velha - Espírito Santo manifestaram sobre os indígenas quando iniciamos a pesquisa. Buscamos uma abordagem sociocultural, em consonância com os ensinamentos de Paulo Freire, para que os educandos pudessem construir novos significados a respeito desses povos. Para alcance dos objetivos utilizamos uma Sequência Didática aberta – implementada aos poucos, conforme a participação dos estudantes – e feita a partir dos três momentos pedagógicos, sugeridos por Delizoicov, sendo que no primeiro momento buscou-se problematizar a historicidade dos povos nativos do Brasil bem como os conhecimentos que os educandos já possuíam sobre eles. No segundo momento, a produção dos dados ocorreu durante as visitas em espaços de educação não formal utilizando a metodologia da aula de campo, que propõe uma relação entre os sujeitos e o ambiente, pautada na ação mediadora e dialógica. No terceiro momento pedagógico, efetuamos as análises de todos os dados produzidos nos momentos anteriores, retomando os temas que foram elencados na Problematização Inicial, onde constatamos que as aulas de campo desenvolvidas nos espaços não formais contribuíram para (re)significar os conhecimentos dos educandos sobre os indígenas do Espírito Santo, ressaltando sua importância na constituição da identidade capixaba.
ABSTRACT: The history of the indigenous peoples of Brazil has been reproduced and taught in many schools from a Eurocentric and ethnocentric perspective over the years. This view of the "Indian" as "savage" and "uncivilized", built in the past by European settlers interested in dominating native populations and their lands, continues to be used today as a strategy to hinder access to indigenous rights established by Constitution of 1988. The work sought to demystify these representations and meanings, which the students of a municipal elementary school unit, located in Vila Velha - Espírito Santo, expressed about the natives when we started the research. We sought a sociocultural approach, in line with the teachings of Paulo Freire, so that learners could construct new meanings about these peoples. In order to reach the objectives, we used an open Didactic Sequence - implemented gradually, according to the students' participation - and it was done from the three pedagogical moments, suggested by Delizoicov, being that in the first moment we tried to problematize the historicity of the native peoples of Brazil as well as the knowledge that the learners already had about them. In the second moment, the data production occurred during the visits in spaces of non-formal education using the methodology of the field class, which proposes a relationship between the subjects and the environment, based on the mediating and dialogical action. In the third pedagogical moment, we carried out the analyzes of all the data produced in the previous moments, returning to the themes that were listed in the Initial Problematization, where we verified that the field classes developed in non-formal spaces contributed to (re) the indigenous of the Holy Spirit, emphasizing its importance in the constitution of the identity of Espírito Santo.
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