DESENVOLVIMENTO E FORMULAÇÃO DE SABÃO UTILIZANDO CINZAS DE MADEIRA A PARTIR DA RECICLAGEM DO ÓLEO RESIDUAL DE FRITURA
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O óleo residual de fritura e as cinzas de madeira são dois resíduos abundantes que podem ser de origem rural, industrial e doméstica. O descarte inadequado deste tipo de resíduo resulta em diversos impactos ambientais negativos, porém a reutilização dos mesmos dispõe uma alta viabilidade econômica em diversos ramos da indústria química entre eles, a indústria do sabão. O sabão é obtido pela reação de saponificação que ocorre por meio de uma hidrólise alcalina da mistura de um óleo vegetal ou gordura animal e uma base forte em meio aquoso, tendo ainda, como subproduto o glicerol. O óleo residual de fritura apresenta alto teor de ácidos graxos livres o que o torna viável como fonte de matéria graxa para a reação de saponificação. As cinzas de madeira possuem composição que comuta em compostos orgânicos e inorgânicos, entre eles, são encontrados principalmente os óxidos de cálcio, de potássio e de silício. As cinzas de madeira não são suficientes para produção de sabão, mas seu extrato aquoso, além de possuir composição química que permite que a reação de saponificação aconteça também é altamente alcalino. Estudar o desenvolvimento das cinzas de madeira para produção de sabão, é uma alternativa a utilização de produtos agressivos além de influenciar no consumo consciente e diminuir o uso de matérias primas puras, como a soda caustica. A garantia da qualidade do sabão é um aspecto fundamental no campo da química seja para assegurar que os produtos atendam aos padrões desejados ou para controle de processos, melhoria contínua e a resolução de problemas. As amostras de sabão obtidas, foram avaliadas quanto a sua capacidade de limpeza, alcalinidade livre, pH, amolecimento, teor de glicerina, teor de ácidos graxos totais e teor de umidade. Os dados obtidos foram comparados com as legislações brasileiras e com os estudos sobre Black soap, sabão também feito pelo extrato aquoso de cinzas, e que são amplamente explorados nas regíons africanas. O ORF analisado apresentou elevado teor de ácidos graxos (IS= 204 mg KOH/ g gordura), o que constatou sua viabilidade como matéria graxa na reação de saponificação, bem como, o extrato aquoso da CM apresentou alto teor alcalino e composição química potencialmente substituta a matéria prima pura. Observou-se também que o tempo de obtenção do extrato aquoso influencia diretamente na qualidade e tempo de reação na obtenção do sabão. Em relação a qualidade do sabão produzido, obteve-se resultados satisfatórios em vários parâmetros entre eles, a alcalinidade livre e pH que estavam de acordo com as normas estabelecidas pela ANVISA, em algumas amostras para o teor de ácidos graxos totais e no geral o sabão produzido mostrou-se eficiente na retirada matérias proteicas.
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