Os núcleos de estudos agroecológicos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo : política pública, práxis e representações sociais
tese_doutorado
RESUMO: O processo de institucionalização da agroecologia e da produção orgânica no Brasil tem como marco referencial a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Pnapo), de 2012. Essa política está no contexto dos avanços relativos às políticas públicas voltadas à agricultura familiar, a emergência da questão ambiental, e da crescente demanda do mercado por produtos orgânicos. Na esteira da Pnapo estão os Planos Nacionais de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapos), que fomentaram o apoio e/ou criação de Núcleos de Estudos Agroecológicos e Produção Orgânica (NEA´s), compreendidos enquanto espaços de referência à sustentabilidade multidimensional (re)produzindo os conhecimentos da agroecologia. Atualmente existem centenas de NEA´s instalados em instituições de ensino público por todos os estados brasileiros, e o objetivo deste trabalho foi analisar os NEA´s do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (IFES) enquanto fomentadores de políticas sociais nos territórios. O percurso metodológico para a realização do objetivo proposto parte principalmente de uma abordagem qualitativa, recorrendo a procedimentos de observação empírica como entrevistas narrativas, aplicação de questionários estruturadas, além de se ancorar em vivências, revisão de literatura, análises de relatórios, análises de conteúdo, e na teoria das representações sociais, dentre outros. A pesquisa demonstrou que os NEA´s convergem para questões que dão suporte à construção de uma educação plural nos campi, voltada à sustentabilidade, bem como para um projeto inovador no processo de ensino, pesquisa e extensão; que as representações sociais sobre a agroecologia dos coordenadores de NEA´s da rede IFES estão em movimento de ciência, para ciência-movimento-prática, para uma visão que denominamos de integrada, envolvendo uma dimensão ética. Constatamos que o perfil dos coordenadores locais, o contexto dos campi, o apoio governamental por meio de políticas públicas e o estabelecimento de redes, são fatores preponderantes para o desenvolvimento de um NEA capaz de (re)produzir políticas sociais nos territórios.
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