Avaliação do papel e do papelão como fontes alternativas de carbono na compostagem doméstica

Nascimento, Wilker Marcolino (2022)

trabalho de conclusão de curso

RESUMO: Práticas sustentáveis como a compostagem doméstica vem despertando atenção neste início de século. Estudos que visam tornar a sua operação simplificada, de baixo custo e minimizar eventuais problemas com odores e presença de vetores contribuem para sua disseminação. O bom funcionamento deste tratamento biológico depende também do equilíbrio entre a parcelas de restos orgânicos que atuam como fontes de nitrogênio (N) como cascas de vegetais (frequentes em domicílios) e as fontes de carbono (C) de modo a obter a relação de C/N adequada. A serragem adquirida no mercado ou em marcenarias tem sido a principal de fonte de carbono utilizada, sendo importante avaliar o uso de outros resíduos gerados nas residências para tornar o processo menos custoso e mais acessível. O estudo objetivou avaliar o uso do papelão (rolo de papel toalha) e papel de pão (tipo kraft) como alternativas de carbono na compostagem doméstica. Consistiu na confecção de sete composteiras artesanais e monitoramento de parâmetros físicos e sanitários ao longo de 48 dias. Foram testados três tratamentos preenchidos por batelada com diferentes fontes de carbono: T1 que utilizou papelão picado, T2 papel de pão picado e T3 com serragem. Os tratamentos T1 e T2 produziram mais chorume apresentando odor desagradável/forte e coloração escura, enquanto no T3 o chorume possuía coloração mais clara, odor menos intenso e foi produzido em menor quantidade. Tal fato foi atribuído a característica física da serragem de atuar como material estruturante no processo, o que ficou evidenciado por apresentar também estrutura mais definida e aspecto de “terra fofa” desde o início da operação. Por sua vez T1 e T2 apresentaram aspecto pastoso até o 18º dia, passando gradativamente para o aspecto de “terra fofa”. Em todos os tratamentos foi observada uma redução de massa superior a 70% do valor inicial. Os resultados obtidos evidenciaram que ocorreu a biodegradação em todas composteiras, não sendo possível realizar o adequado controle da aeração e da umidade preconizados na técnica da compostagem nos tratamentos T1 e T2. Recomenda-se repetir o experimento, testando diferentes granulometrias do papel e do papelão, bem como o uso combinado com outras fontes como folhas secas e poda de grama, uma vez que o estudo indicou possibilidade do seu emprego como fontes alternativas de carbono.


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