Estrese hídrico e fungos endofíticos associados à seca de ramos em clones de Coffea canephora
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Objetivou-se com este trabalho elucidar se Lasiodiplodia iranensis comporta-se como fungo endofítico no cafeeiro conilon e, se o déficit hídrico é um fator de predisposição das plantas à manifestação da doença. Visitas foram realizadas em lavouras cultivadas com os clones de C. canephora que apresentavam sintomas de seca de ramos. Brotações novas e assintomáticas, emitidas na base de plantas foram coletadas e levadas para o laboratório para o isolamento de fungos endofíticos. Após o crescimento nas placas, as colônias fúngicas foram caracterizadas com base nos aspectos morfológicos. Culturas com sete dias de crescimento foram inoculadas em brotos de plantas do clone 12V da variedade clonal Vitória Incaper 8142 para comprovação da patogenicidade do isolado. Para a avaliação da influência do estresse hídrico na predisposição de plantas clonais de C. canephora a fungos associados a seca de ramos, mudas de clone suscetível de C. canephora (Clone K61) foram cultivadas em vasos de 3,5 L, dispostos em delineamento em blocos casualizados, em esquema fatorial 5x2, com quatro repetições, sendo o fator A composto por cinco níveis de imposição de lâmina da irrigação (50%, 75%, 100%,125% e 150% da capacidade de pote) e o fator B composto por dois níveis (com e sem inoculação do isolado ST145 de L. iranensis). A severidade foi avaliada a cada 2-3 dias por meio da medição do tamanho das lesões. A partir dos valores de severidade, a área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) foi calculada. Os dados de AACPD foram submetidos às pressuposições da análise de variância que foram comparadas pelo teste F ao nível de 5% de probabilidade. O fator A teve a variável relacionada ao progresso da doença estudado através dos modelos de regressão. Verificou-se que brotos extraídos de plantas com sintomas de seca de ramos, coletados em lavoura comercial, apresentam L. iranensis colonizando endofiticamente seus tecidos. O estresse hídrico, isoladamente, não foi capaz de induzir morte ou seca de ramos em mudas de K61 não inoculadas. O patógeno L. iranensis tem a sua agressividade expressa em menor intensidade em plantas submetidas aos extremos de estresse hídrico.
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