Dinâmica populacional do bicho-mineiro em linhagens de café arábica na região Montanhas do Espírito Santo
dissertacao_mestrado
O bicho-mineiro, Leucoptera coffeella (Guérin-Mèneville), é praga-chave na cafeicultura; contudo, faltam informações sobre seu comportamento para a região de Montanhas do Espírito Santo para desenvolvimento de estratégias de manejo. Este trabalho teve como objetivos determinar a infestação natural do bicho-mineiro e seus inimigos naturais, as épocas de sua maior incidência e verificar a influência de fatores climáticos na dinâmica populacional da praga. A avaliação da infestação natural nas folhas foi realizada a cada 45 dias por meio de coleta do terceiro ou quarto pares folhas no terço médio da planta do lado sol nascente e poente, observando as injúrias pertinentes ao ataque do inseto-praga, assim como dos inimigos naturais no período de março/2020 a fevereiro/2021. O trabalho foi realizado nas altitudes de 950m (FEMF) e 720m (FEVN) em experimentos implantados no delineamento experimental de blocos ao acaso, em março/2015 e espaçamento de 2,2m x 0,8m. Todas as áreas foram conduzidas sem uso de agrotóxicos para controle de pragas e doenças. Os tratamentos foram compostos por 13 linhagens de café melhoradas, com quatro repetições, no esquema de subparcelas no tempo, sendo as parcelas compostas pelo fatorial 13x 2 (13 linhagens e 2 posições de amostragem) e as subparcelas foram formadas por 8 tempos de coletas. As parcelas experimentais continham sete plantas. Para as análises estatísticas, os dados foram transformados pela função y=√(x+0,5); foram realizadas análises conjuntas dos dois experimentos, bem como os componentes principais para grupamento das diferentes linhagens em relação os níveis de incidência do bicho-mineiro e de inimigos naturais. As linhagens de café arábica avaliadas apresentaram comportamento diferenciado em relação à incidência do bicho-mineiro; o número de folhas com minas vivas mostrou-se como um índice mais confiável para se avaliar a incidência do bicho-mineiro quando se pretende diferenciar as épocas para intervenção com controle; as infestações do bicho-mineiro na altitude de 720m foram mais elevadas que a 950m; o índice de ocorrência de predadores do bicho-mineiro manteve-se sempre abaixo do nível de não ação preconizado para manejo integrado da praga; os meses em que se observou os menores índices pluviométricos e as menores temperaturas (inverno) também foi aquele de menores populações do bicho-mineiro; o pico populacional de insetos vivos foi verificado em outubro/2020, época de crescimento das folhas, coincidente com o aumento da temperatura; a posição de coleta influenciou na população do bicho-mineiro e, de forma geral, a posição sol nascente apresentou maiores índices de infestação tanto de folhas com insetos vivos, quanto do total de folhas minadas; maiores índices de predação foram constatados a 950m de altitude e a posição de amostragem não influenciou nos índices de predação, tanto a 720m quanto a 950m; Observou-se apenas a vespa do gênero Polybia ocorrendo nas duas localidades amostradas; as linhagens 7 e 9 foram consideradas as mais suscetíveis; enquanto as linhagens 1, 2 e 5 foram consideradas as mais resistentes e as demais apresentaram níveis intermediários de resistência ao bicho-mineiro.
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