Análise da influência de fatores ambientais e físicos na qualidade da água dos mananciais em pontos de captação da Cesan no estado do Espírito Santo

Abstract

RESUMO: Nos últimos anos, o estado do Espírito Santo tem passado por uma crescente incerteza sobre a quantidade e qualidade dos seus recursos hídricos disponíveis. As principais causas deste cenário estão relacionadas à deficiência do saneamento básico, como a falta de coleta e tratamento de efluentes, e ao crescimento de atividades humanas e da população, que levam à diminuição da cobertura vegetal. Este estudo teve como objetivo analisar de forma comparativa a relação da variação espaço-temporal do uso e ocupação do solo aliado aos fatores ambientais e físicos das bacias hidrográficas do estado do Espírito Santo, e sua provável interferência, com a qualidade da água em pontos de captação para abastecimento público utilizados pela CESAN. Foram analisados os fatores de uso e manejo do solo (C), práticas conservacionistas (P), declividade e comprimento de rampa (LS), erosividade (R) e erodibilidade (K) nas bacias de captação de água. O processo erosivo laminar das bacias de captação do Espírito Santo, foi quantificado utilizando a Equação Universal de Perdas de Solo, nos anos de 2007, 2010 e 2012. Os principais fatores que podem influenciar no processo erosivo são o fator topográfico e o fator de manejo e uso do solo. Os resultados demonstram que o fator topográfico até 10, aliado a outros fatores como a presença de vegetação, o manejo adequado das atividades agrícolas e pecuárias pode acarretar na melhoria da qualidade da água no manancial. O fator de manejo e uso do solo (C) é o único que varia em função do período analisado, ademais, em 70% dos casos que houve melhoria da qualidade da água, consequentemente ocorreu o aumento do uso do associado a classe favorável a proteção da bacia hidrográfica. Dessa foram, as informações técnicas deste estudo poderão subsidiar as políticas públicas na adoção de medidas relacionadas ao gerenciamento de recursos hídricos, com o intuito de mitigar a poluição da água, seja por meio da implantação de infraestrutura (medidas estruturais) ou de políticas públicas (medidas não estruturais), em trechos estratégicos das bacias.