Uma Intervenção arqueológica no sambaqui do Rio Preto, Presidente Kennedy, para o trabalho com educação patrimonial na EMEIEF Bery Barreto de Araújo
dissertação de mestrado
RESUMO: Ao partilharmos da concepção que os espaços territoriais são documentos vivos, que nos permitem um leque de interpretações, ensejando múltiplas possibilidades educacionais e cientes de que a memória e o esquecimento são construções sóciohistóricas e culturais, empregamos o patrimônio cultural kennediense, enfaticamente os sambaquis, como um tema gerador articulado com os temas transversais diversidade cultural e meio ambiente - que permeiam a BNCC - na oferta de uma formação continuada em educação patrimonial emancipatória, de modo a construir ricos diálogos com os direitos humanos, da perspectiva da pedagogia libertadora. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, cujos dados foram colhidos no transcurso de duas campanhas arqueológicas e socializados em uma formação continuada para 50 professores da EMEIEF Bery Barreto, Presidente Kennedy-ES. Nesse contexto de interlocução com professores que atuam em escolas nas proximidades de sítios arqueológicos, aplicamos 40 questionários e realizamos entrevistas informais semiestruturadas com os referidos docentes. Os resultados das campanhas arqueológicas foram abordados da perspectiva da Arqueologia Pós-processual e os dados colhidos na formação foram abordados da perspectiva da análise de conteúdo. Concluímos que outras novas frentes de atuação devem ser implementadas, visando à proteção do patrimônio cultural local, enfaticamente os sítios de tipo sambaquis. São necessárias também ações de educação patrimonial na região, com vistas à renegociação das categorias das identidades e culturas locais, com o propósito de promover os direitos à história, à memória social, à tradição, às identidades culturais, à diversidade, à preservação do patrimônio cultural e do meio ambiente kennediense, na constituição de possíveis arranjos produtivos locais. Nosso produto educacional partiu das representações sociais dos docentes sobre o patrimônio cultural local e, de modo democrático-coletivo, materializou-se em um guia didático para educação patrimonial, destacando os sambaquis, a partir de um processo dialógico focalizado na formação de professores da EMEIEF citada.
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