Frações oxidáveis do carbono em agregados de latossolo cultivado com eucalipto e manejado com biocarvões
dissertacao_mestrado
RESUMO: O Brasil tem a maior área de florestas plantadas de eucalipto do mundo. Esta grande área de plantio também gera grande produção de resíduos e estes têm sido cotados para serem reutilizados em várias áreas da indústria, além de serem utilizados como matéria-prima na produção de biocarvões. Estes são definidos como qualquer material rico em carbono obtido de biomassa carbonizada em ambiente sob baixa atmosfera de oxigênio, para uso como condicionador de solos. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos de doses de biocarvões de casca de eucalipto, produzidos nas temperaturas de pirólise de 350ºC e 600ºC, nos teores de carbono orgânico total e oxidável em diferentes classes de agregados de Latossolo cultivado com eucalipto. O estudo foi realizado na área experimental do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) – Campus de Alegre, localizado em Rive, distrito de Alegre, estado do Espírito Santo. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados, com cada parcela composta por seis plantas de Eucaliptus urograndis, em três repetições, disposto em esquema fatorial 2x5, sendo duas temperaturas de pirólise (350ºC e 600°C) utilizadas na produção do biocarvão de casca de eucalipto e cinco doses dos biocarvões (0; 0,25; 0,5; 1 e 2% v/v). Foram realizadas duas amostragens do solo, uma aos 365 dias e outra aos 730 dias após a implantação do experimento, nas profundidades de 0,0-0,10 m e 0,10-0,30 m, para avaliação dos teores de carbono orgânico total e carbono oxidável em agregados do solo nas classes de 4,00-2,00; 2,00-0,25 e <0,25 mm. Os biocarvão produzidos em temperaturas diferentes geraram aumento nos teores de COT, e nas frações oxidáveis F1 e F2, principalmente, na classe de agregados <0,250 mm; e aumento de COT e fração F3 na classe de agregados 4,0-2,0 mm, nas duas profundidades, no primeiro ano de experimento. No segundo ano, os biocarvões demonstraram aumento nas frações F2, F3 e F4 nas classes de agregados 4,0-2,0 e 2,0-0,25 mm. O biocarvão produzido a 600ºC foi mais efetivo no aumento dos teores de COT e das frações mais recalcitrantes do carbono (F3 e F4), na classe de agregados 2,0-0,25 mm, nos dois anos de avaliação do estudo a campo. As doses aplicadas dos dois biocarvões promoveram aumento de COT e das frações mais lábeis do carbono orgânico, apesar de apresentar valores de alteração mais baixos que outros trabalhos desenvolvidos com a mesma temática.
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