Determinação dos teores de cobre em cachaças produzidas no Espírito Santo
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A produção de cachaça se intensificou muito no Estado do Espírito Santo (ES) com o aumento dos investimentos e pesquisas no setor agrícola resultando no novo conceito de cachaça artesanal. A cachaça é hoje a segunda bebida alcoólica mais consumida no Brasil, representando 72% do mercado de destilados no país. Um grande problema no setor é que a indústria carece de padronização, resultando em grandes variações do produto devido à falta de uniformidade tecnológica, com limitações na qualidade físico-química e sensorial da bebida. Isso influencia no mercado externo como no caso do teor de cobre permitido pela legislação internacional. Deste modo, este trabalho fez um estudo da qualidade da cachaça de diferentes marcas da indústria do estado do Espírito Santo. Foram analisadas o teor de cobre e álcool e outros parâmetros físico-químicos em seis amostras dos municípios de São Roque do Canaã, Afonso Cláudio, Castelo, Santa Leopoldina, Guarapari e Cariacica. Inicialmente, para a determinação do teor de cobre utilizou-se um método clássico recentemente publicado na literatura, mas sem reprodutibilidade confiável. Assim, as amostras foram enviadas para um laboratório credenciado, visando uma maior confiabilidade, na cidade de Belo Horizonte-MG, e muito utilizado pelos produtores daqui do estado. Os resultados indicaram que duas amostras possuem teores de cobre 9,0 mg·L-1 (CA-04) e 7,5 mg·L-1 (CA-05), dados acima do valor permitido pela legislação brasileira (5 mg·L-1), e quatro apresentaram teores acima da legislação internacional (2 mg·L-1). Em relação ao teor alcoólico somente a amostra CA-05, justamente a de maior valor comercial, apresentou menor valor (36,6%) do que o indicado no rótulo (42%) e o da legislação (38-48%). Quanto a acidez e pH as amostras apresentaram resultados conforme a legislação. Os resultados deste trabalho indicam a importância da necessidade de ações de pesquisa e apoio ao produtor bem como de fiscalização efetiva para gerar um produto genuinamente brasileiro com boa competitividade de mercado externo. Refletindo também na possibilidade de maior apoio na formação profissional com incentivo a pesquisa e desenvolvimento e parcerias entre o setor produtivo e os institutos federais.
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