Gerenciamento da areia removida nas estações de tratamento de esgotos domésticos visando seu reuso

Duarte, Priscila Aparecida de Andrade Pires (2021)

dissertação de mestrado

RESUMO: Esta pesquisa propôs um procedimento para tratamento da areia removida nas Estações de Tratamento de Esgoto (ETE), utilizando um resíduo siderúrgico com características alcalinizantes. O estudo foi dividido em 4 Etapas e 1 Etapa intermediária, sendo a primeira etapa constituída de caracterização da areia removida e avaliação de eficiência de higienização com o uso de dois resíduos de siderurgia com diferentes dosagens, após período de preparo durante 15 dias. A Etapa seguinte foi a Intermediária, onde foi verificado que não era necessário o período de preparo da amostra antes do tratamento. Com isso, na Etapa 2 a areia retirada do desarenador foi encaminhada diretamente para o tratamento onde foi investigada a dosagem do alcalinizante que apresentou melhor resultado na Etapa 1. Foi realizado tratamento estatístico dos resultados obtidos nas Etapas 1 e 2, tendo como parâmetros de monitoramento E.coli, ovos viáveis de helmintos, pH, umidade e matéria orgânica. O tratamento foi caracterizado por adicionar o produto alcalinizante à areia, em seguida foram montadas pilhas que eram revolvidas diariamente e o monitoramento dos parâmetros foi realizado no tempo 0, 48 horas e 7 dias. Na Etapa 3 foram realizados os ensaios referente aos requisitos previstos na NBR 7211 para a utilização de agregados miúdos no concreto. Por fim, a Etapa 4 apresenta um plano de gerenciamento preliminar para o tratamento da areia, considerando os resultados obtidos nas etapas anteriores. Como resultado, na Etapa 1, verificou-se que a melhor dosagem foi de 30% de cal de panela fina (granulometria < 3mm). De acordo com os resultados da Etapa 1, na Etapa 2 foi promovido o tratamento com variação de dosagens de 25%, 30% e 35% de cal de panela fina, que apresentaram resultados semelhantes, com remoção de patógenos em atendimento aos limites máximos referenciais. Com os ensaios realizados na Etapa 3, foi verificada a necessidade de se peneirar o material após o tratamento e que é viável o uso desta areia tratada para fins não nobres, como por exemplo, uso no lastro de vala de assentamento de redes de saneamento. Na Etapa 4, foram apresentadas as condições necessárias para que seja realizado o tratamento da areia na própria ETE. A conclusão é de que é possível utilizar a areia retirada da ETE para fins não nobres, quando tratada com cal de panela com dosagem entre 25% a 35% em relação ao peso úmido da areia (umidade variando de 11 a 13%).


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