Análise comparativa de métodos de triagem de pessoas febris em barreiras sanitárias utilizando termovisores e pirômetros

Abstract

RESUMO: Diante de vários surtos globais de doenças respiratórias facilmente transmissíveis e que possuem a febre como sintoma comum, a busca por métodos que detectem esse sintoma de maneira simples e eficaz vem crescendo cada vez mais. Nesse contexto a termografia infravermelha vem ganhando força através de aplicação de termovisores e pirômetros em barreiras sanitárias para triagem de pessoas febris. Este trabalho tem o objetivo de analisar comparativamente métodos de medição de temperatura utilizando esses instrumentos. Para alcançar esse objetivo, foram realizados dois experimentos de medição de temperatura com voluntários. Um dos experimentos foi realizado em ambiente com temperatura controlada e buscou avaliar a repetibilidade dos instrumentos de medição, analisando os resultados de temperatura obtidos em três momentos distintos em que os voluntários foram submetidos a condições de repouso e atividade física. O segundo experimento foi realizado replicando as condições das barreiras sanitárias e teve o objetivo de comparar as correlações entre a temperatura do canto interno do olho, usado como referência, e as temperaturas do canal auricular, da testa e do punho. A temperatura do canto interno do olho foi utilizada como referência por ser apontada pela literatura como a região mais indicada para se estimar a temperatura corporal. Dentre as regiões analisadas, os resultados mostraram que o canal auricular é a melhor alternativa à medição no canto interno do olho para se estimar a temperatura corporal, visto que possui alta repetibilidade e alta correlação com a temperatura de referência. A temperatura da testa, quando medida utilizando o termovisor, também se mostrou propicia à estimativa de temperatura corporal, porém com qualidade inferior à região do canal auricular. Foi determinado que o punho, em particular, apresenta repetitividade ruim e tem uma temperatura significativamente mais baixa do que a temperatura central do corpo humano e, portanto, esta região não é recomendada para medir a temperatura corporal durante a triagem de pessoas febris. Por fim, concluiu-se que o pirômetro possui baixa repetibilidade, pois seus resultados variam entre as diferentes medições devido à variação de temperatura existente na região e à dificuldade de garantir o mesmo ponto de medição. Como resultado, o termovisor é mais recomendado para fazer medições de temperatura corporal, de preferência no canal auricular.