Difusão dos saberes indígenas nas práticas educacionais: ensino de química e o smartphone como recurso didático
Trabalho de conclusão de curso
O presente trabalho tem por objetivo promover a valorização dos saberes dos povos tradicionais indígenas por meio do ensino de Química utilizando a tecnologia educacional. Em nossa proposição a utilização do smartphone será a tecnologia educacional mediadora da relação ensino e aprendizagem evidenciada na trajetória da pesquisa. Nossas reflexões oportunizarão o debate da necessidade de horizontalização dos saberes das comunidades tradicionais e o saber científico ortodoxo, dada a verticalização que a ciência trata o saber científico das comunidades indígenas e o conhecimento científico socialmente padronizado e reconhecido pelas comunidades cientificas. O nosso problema investigado foi: como o ensino de Química associado às tecnologias educacionais pode contribuir na valorização dos saberes das comunidades tradicionais indígenas, neste sentido, a busca por alternativas metodológicas que promova a valorização dos saberes dos povos tradicionais indígenas, o ensino de Química e as tecnologias educacionais são os debates que fazem parte desta proposição. Especificamente (1) analisamos como a difusão social do conhecimento se relaciona com os saberes indígenas e o ensino de Química, (2) levantamos as concepções que jovens indígenas possuem da relação do ensino de Química e os saberes dos povos tradicionais indígenas, (3) E elaboramos uma sequência didática que oportunize a valorização étnico-racial indígena por meio do ensino de Química utilizando o smartphone. A nossa metodologia utilizada foi um estudo exploratório de cunho didático que visa valorizar o saber da comunidade indígena em suas multirreferencialidades. Os instrumentos utilizados foram levantamento bibliográfico e entrevista. A estratégia utilizada para identificar os saberes dos povos tradicionais indígenas e associar estes conhecimentos ao ensino de química foi feita por meio de entrevistas com alunos indígenas do IFES Campus Aracruz, que revelam suas histórias, suas lutas, e sua cultura. Permitindo assim que o pesquisador identifique por meio das práticas culturais indígenas elementos que relacionem a Química com o cotidiano do aluno promovendo a valorização do saber indígena no ambiente escolar. O nosso referencial teórico-metodológico kauark, Magalhães, Sousa, (2010), Chassot (2000) Burnham, (2012), entre outros. Os nossos resultados apontam para (1) necessidade de difusão social dos saberes indígenas sem a marginalização que leva o racismo ambiental, seja este racismo étnico ou de impacto socioambiental, (2) o ensino de Química pode ser reflexivo sem perder sua valorização de conteúdos, mas permitir que a multirreferencialidade dos saberes das comunidades tradicionais sejam tratados de forma horizontal nas práticas educacionais curriculares, (3) as entrevistas apontam para a necessidade da utilização dos saberes das comunidades indígenas como forma de valorizar na História da ciência a ancestralidade e o saber étnico racial dos indígenas de modo a promover uma menor desigualdade social, (4) identificamos que as práticas culturais indígenas oportunizam o ensino de Química, (5) elaboramos uma sequência didática que busca desenvolver no aluno da disciplina de Química habilidades relacionadas a valorização e redução das desigualdades étnicas, utilizando as tecnologias educacionais para resolver problemas sociais e permitir ao aluno o acesso a saberes que são provenientes de comunidades étnicas, mas que por conta desta verticalização entre saber comunitário e o saber compartilhado por uma comunidade cientifica leva aos problemas econômicos, políticos e culturais, que na realidade em nossa proposta de pesquisa é entendido como racismo ambiental.
The present work aims to promote the valuation of the knowledge of traditional indigenous peoples through the teaching of chemistry using educational technology, in our proposition the smartphone. Our reflections will make it possible to debate the need for horizontalization of the knowledge of traditional communities and orthodox scientific knowledge, given the verticalization that science deals with scientific knowledge of indigenous communities and scientific knowledge that is socially standardized and recognized by scientific communities. Our investigated problem was: how the teaching of chemistry associated with educational technologies can contribute to the valorization of the knowledge of the traditional indigenous communities, in this sense the search for methodological alternatives that promotes the valorization of the knowledge of the traditional indigenous peoples, the teaching of chemistry and educational technologies are the debates that are part of this proposition. Specifically (1) we analyze how the social diffusion of knowledge is related to indigenous knowledge and the teaching of chemistry, (2) we raise the conceptions that young indigenous people have about the relationship between teaching chemistry and the knowledge of traditional indigenous peoples, (3) And we elaborated a didactic sequence that gives opportunity to the indigenous ethnic-racial valorization through the teaching of chemistry using the smartphone. Our methodology used was an exploratory study of a didactic nature that aims to value the knowledge of the indigenous community in its multi-references. The instruments used were bibliographic survey and interviews. The strategy used to identify the knowledge of traditional indigenous peoples and to associate this knowledge with the teaching of chemistry was carried out through interviews with indigenous students from IFES Campus Aracruz, who reveal their stories, their struggles, and their culture. Thus allowing the researcher to identify, through indigenous cultural practices, elements that relate chemistry to the student's daily life, promoting the valorization of indigenous knowledge in the school environment. Our kauark theoretical-methodological framework; maganhães; sousa, (2010), chassot (2000), burnham, (2012), among others. Our results point to (1) the need for social diffusion of indigenous knowledge without the marginalization that leads to environmental racism, (2) the teaching of chemistry can be reflective without lose their appreciation of content but allow the multi-referentiality of the knowledge of traditional communities to be treated horizontally in curricular educational practices, (3) the interviews point to the need to use the knowledge of indigenous communities as a way of valuing in the history of science the ancestry and racial ethnic knowledge of indigenous people in order to promote less social inequality, (4) we identified that indigenous cultural practices make chemistry teaching possible, (5) we elaborated a didactic sequence that seeks to develop related skills in the student of chemistry valuing and reducing ethnic inequalities, using educational technologies to solve social problems and allow students access to knowledge that comes from ethnic communities, but because of this verticalization between community knowledge and knowledge shared by a scientific community, it leads to econ problems political, and cultural, which in reality in our research proposal is understood as environmental racism.
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