Secundaristas em práticas educativas feministas
dissertação de mestrado
RESUMO: Este trabalho discute questões de gênero no ambiente educacional a partir de observações e intervenções ocorridas em sala de aula, recreios, banheiros, corredores, sala de professores e biblioteca do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), campus Centro Serrano. Afirma práticas educativas de caráter feminista como caminhos possíveis para transformar a educação, atuando como ferramenta de mudança social, libertação e emancipação, especialmente das mulheres. Constitui-se em um esforço de construir conhecimentos sobre a temática junto aos discentes do Instituto e de desenvolver intervenções nas atividades educativas sobre o assunto. Busca, ainda, compreender práticas de ensino e verificar como elas interferem nas relações entre docentes, discentes e outros funcionários do ambiente escolar, bem como no processo de ensino-aprendizagem. A pesquisa participativa, do tipo intervenção, utiliza como fonte dez círculos de conversas com grupo de estudantes do Ensino Médio em momentos extraclasse para discutir gênero, compartilhar experiências de violência de gênero e vivências de caráter emancipatório. Propõe oficinas a fim de desenvolver uma postura ativa dos participantes na construção do conhecimento e nas ações que envolvem o tema. O estudo do experienciado em campo parte da perspectiva de uma análise da implicação, além de diálogos com referenciais teóricos compostos, principalmente, por mulheres estudiosas do tema, como Butler, Beauvouir, Hooks, Louro e Scott. A pesquisa depreende que a forma de se fazer educação ainda está distante de ser libertadora, mas que é possível afirmar uma pedagogia feminista mesmo nas disciplinas já estabelecidas pelo currículo escolar, pois todos os espaços humanos perpassam por questões que envolvem subjetividade e relações de poder. O estudo, que também valida um material educativo no formato mídias, afirma caminhos possíveis ao propor uma educação múltipla, acolhedora e inclusiva.
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